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Edição 205

Irrigação: não é mais um bem de luxo

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Para especialistas no tema, a irrigação não deve mais ser vista apenas como uma ferramenta contra a falta de água, mas sim como um potencializador dentro do manejo da cana-de-açúcar

Natália Cherubin

Embora a irrigação sempre tenha sido considerada ferramenta chave para a produção de cana-de-açúcar em algumas regiões do Nordeste, na maior região produtora do Brasil, o Centro-Sul, o uso da água nesta planta, há pelo menos três anos, era tema pouco discutido e até mesmo polêmico dentro do setor. Polêmico por conta da questão da dificuldade da outorga de água, da questão ambiental e porque grande parte do setor não tem esclarecimento suficiente para mensurar o retorno do investimento em sistemas modernos de irrigação.
A RPAnews, inclusive, fez uma série de conteúdos técnicos a respeito do tema em suas edições, com ajuda de unidades irrigantes, empresas desenvolvedoras de sistemas de irrigação e pesquisadores especializados no tema, apoiando também projetos como o Cana Pede Água e GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação em Cana-de-açúcar) entre 2011 e 2015. Mas, apesar dos esforços para trazer o assunto para a discussão, os principais institutos de pesquisa e entidades do setor ainda não se posicionavam porque afirmavam que não havia sentido falar sobre o uso da água em regiões onde as chuvas seguiam ciclos regulares. A Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar), por exemplo, segue a linha de que o setor não precisa de água para irrigação
“Tem um trabalho que está sendo desenvolvido com o apoio da Unica pela ANA (Agência Nacional de Águas) com a Agrosatélite para fazer uma avaliação com o objetivo de mostrar que o setor quase não utiliza a irrigação com água, a não ser em casos pontuais como irrigação para salvamento. O resultado deve mostrar que a nossa irrigação é com vinhaça, ou seja, fertirrigação”, afirmou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica à RPAnews.
No entanto, o setor da região Centro-Sul vem enfrentando veranicos cada vez piores e mais constantes ao longo dos últimos anos – como vistos em 2017 e 2018. Inclusive, a falta de água tem sido apontada como um dos principais fatores para a redução da produtividade dos canaviais. Conversando com produtores e usinas, que têm sofrido grandes quebras, é possível notar que a irrigação começa a ser olhada com maior atenção. Isso é tão verdade que em agosto de 2018 o IAC lançou o Censo do Uso de Irrigação na Cana-de-açúcar. Documento este que deverá ser divulgado em breve.
É hora de falar sobre o assunto e desmistificar que irrigação é um bem de luxo. “Ainda existe o paradigma do produtor/usineiro que pensa que irrigação é um bem de luxo, quando na verdade ela é um potencializador da produção. A irrigação não deve ser pensada apenas para cobrir a falta de água e sim compreendida como um potencializador que deve ser utilizada como um fator de manejo para proporcionar ao produtor aquilo que ele planeja: reduzir custo de produção com aumento da produtividade e aumento da longevidade dos canaviais, retardando a renovação, reduzindo as áreas de arrendamento e reduzindo custos de CTT”, diz Daniel Pedroso, coordenador Agronômico da Netafim.
Para Regina Célia de Matos Pires, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, os principais entraves estão ligados à disponibilidade de água bem como a licença para uso, que são fundamentais para implantação da irrigação. “A partir da disponibilidade de recursos hídricos, se faz necessária a identificação do método de irrigação, estratégia de manejo, seleção da área e das cultivares a serem irrigadas. O bom desempenho do sistema requer planejamento, treinamento e conhecimento da resposta em função do uso da técnica”, afirma.
Segundo Ademário Afonso de Araujo Filho, sócio-proprietário da A&C Consultoria e Projetos, disponibilidade hídrica, mão de obra especializada, falta de plano diretor de irrigação nas unidades e desconhecimento técnico em quem toma a decisão de investir nos sistemas são os principais gargalos quando o assunto é irrigação.

ÁREA IRRIGADA DE CANA: DADOS NÃO SÃO CONFIÁVEIS
São poucos os dados atualizados sobre a área de cana-de-açúcar irrigada no Brasil. As informações até a safra 2011/12 estão disponíveis em trabalhos técnicos do Projeto Cana Pede Água disponíveis no site do GIFC (www.gifc.agr.br), que continua realizando eventos para o segmento. O IAC está em fase de produção de um censo sobre irrigação de cana no Brasil, mas que deve sair até o início abril deste ano. Então, por enquanto, os dados mais recentes, mas que especialistas apontam conter muitos erros, estão no último levantamento realizado pela ANA (Agência Nacional das Águas) divulgado no “Atlas da Irrigação: uso da água na agricultura irrigada”, lançado em 2018. Os dados mostram informações de 1960 a 2015 e projetam o cenário do uso da água na irrigação em 2030.
O levantamento da ANA aponta que entre 1960 e 2015 a área irrigada no Brasil aumentou expressivamente, passando de 462 mil ha para 6,95 milhões de ha e pode expandir mais 45% até 2030, atingindo 10 milhões de ha. A média de crescimento estimado corresponde a pouco mais de 200 mil ha ao ano, enquanto o potencial efetivo de expansão da agricultura irrigada no Brasil é de 11,2 milhões de ha.
O menor crescimento do uso em relação à área deve-se à perspectiva de maior avanço de sistemas mais eficientes no uso da água, tais como a irrigação localizada (gotejamento e microaspersão) e a aspersão por pivô central, que representaram 70% do incremento da área irrigada no país entre 2006 e 2016. Considerando as principais culturas irrigadas e sistemas de irrigação no Brasil, o Atlas subdivide a agricultura em quatro grandes grupos: o arroz irrigado por inundação, a cana-de-açúcar, as demais culturas irrigadas por pivôs centrais e as demais culturas irrigadas por outros sistemas.

Figura 1 – A cana-de-açúcar irrigada concentra-se no Centro-Sul e no tradicional polo de produção do Nordeste, em especial nas proximidades do litoral
(Zona da Mata e Agreste)

O diagnóstico, ano de referência 2015, incorporou atualizações dos produtos anteriores e dados mais recentes, em especial do Levantamento da Cana-de-Açúcar Irrigada na Região Centro-Sul do Brasil (ANA, 2017), além de uma reavaliação das projeções censitárias que incluiu novos critérios de projeção e de preenchimento das desidentificações. O conceito de área irrigada utilizado pela pesquisa corresponde ao de área equipada para irrigação.
O levantamento mostra que a cana-de-açúcar irrigada concentra-se no Centro-Sul e no tradicional polo de produção do Nordeste, em especial nas proximidades do litoral (Zona da Mata e Agreste) (Figura 1). O trabalho afirma que boa parte das regiões com cana no Brasil apresenta condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da cultura sem o uso da água. Contudo, grandes expansões têm sido observadas em áreas com maior deficiência hídrica, levando à maior necessidade de irrigação suplementar.
“Em áreas de menor deficiência hídrica o uso da irrigação também tem se intensificado com o objetivo de ganhar produtividade ou para dispersão dos efluentes dos processos industriais (em especial a vinhaça) em consonância com as regras ambientais mais recentes, que não permitem a dispersão diretamente nos corpos hídricos. O Levantamento da Cana-de-açúcar Irrigada na Região Centro-Sul do Brasil (ANA, 2017) apresenta um detalhamento inédito do mapeamento realizado na principal região produtora”, afirma documento da ANA.
De acordo com este documento, na região Centro-Sul aproximadamente 1,72 milhões de ha são irrigados (cerca de 17% da cana cultivada na região), sendo que os estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais possuem as maiores áreas de cultivo de cana irrigada. Deste total, 1,69 milhão de ha (98,4%) é para salvamento e apenas 27,2 mil ha (1,58% do total irrigado) é irrigada de forma plena ou com déficit.
A área de cana sob pivôs centrais e sistemas-lineares totalizou 57 mil ha. Entretanto, a aplicação de irrigação plena ou com déficit nessas condições foi identificada em apenas 27,2 mil ha. O restante dos canaviais sob pivôs centrais ou sistemas lineares (29,8 mil ha), apresentou resultados compatíveis com a irrigação de salvamento, não demonstrando vigor vegetativo equivalente aos classificados como sob irrigação plena ou com déficit.
O Estado de São Paulo responde por quase a metade (45,8%) da área com irrigação de salvamento, enquanto Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul respondem por 22,3%, 19,4% e 6,6%, respectivamente. Esses quatro estados respondem por 94% da área de irrigação de salvamento e por 89% da produção de etanol da região Centro-Sul, justificando a grande quantidade de vinhaça (10 litros de vinhaça, em média, para cada litro de etanol) disponível para aplicação na irrigação de salvamento.
Para realizar o levantamento, a ANA usou imagens de satélite e é aí que está o problema. Segundo Ricardo Pinto, sócio-diretor da RPA Consultoria, a ANA criou uma metodologia falha. A grosso modo, a imagem de satélite pega a reflectância, ou seja, o quanto o canavial reflete de luz em algumas bandas. Se houver uma variação muito grande de reflectância do canavial entre imagens de datas diferentes, mas próximas, a metodologia considera que houve irrigação ou chuva. Ao detectar tal evento, verifica-se se houve chuva na época e, caso contrário, entende-se que houve irrigação.
Segundo ele, essa metodologia não identifica canaviais com irrigação plena. Durante reunião com a diretoria do GIFC em 2017, a equipe responsável pela metodologia mostrou municípios que diziam não ter irrigação, mas que tinham irrigação por gotejamento em áreas grandes, como no caso da cidade de Nova Europa, no Estado de São Paulo. Outro problema é que a metodologia não consegue diferenciar uma lâmina de irrigação com água de uma lâmina de fertirrigação com vinhaça, seja ela pura ou diluída. “Resumindo: esta metodologia adotada pela ANA não diferencia os vários sistemas de irrigação, não difere a irrigação com água da aplicação de vinhaça. O pior é que o GIFC alertou a ANA destes erros e ela, ao invés de abortar o trabalho que tinha sido feito na região Centro-Sul, resolveu contratar a continuidade do levantamento para as regiões canavieiras do Nordeste e Norte do Brasil. Infelizmente a ANA continua trabalhando em cima dessa linha que em nada contribui com aqueles que trabalham com irrigação de cana e nem com os próprios fabricantes de equipamentos de irrigação”, destaca Ricardo.

IRRIGAÇÃO PODERIA SALVAR AS LAVOURAS?
Apesar de ser de forma mais lenta, a irrigação tem crescido em cana-de-açúcar principalmente nos estados de Goiás e Minas Gerais, onde o déficit hídrico é mais acentuado. As unidades produtoras viram na irrigação uma maneira de aumentar ou até mesmo manter as produtividades dos seus canaviais sem depender das condições climáticas, levando, desta maneira, a um melhor planejamento de safra e, porque não dizer, dos custos.
Segundo Pedroso, algumas unidades tem registrado ganhos de 50% a 60% a mais de produtividade em relação a cana de sequeiro. “Por se tratar de uma gramínea, a cana é altamente influenciada por questões hídricas. Trabalhos já demonstraram que a produtividade agrícola dessa cultura aumenta com a melhor disponibilidade de água”, adiciona.
Será que a seca que assolou muitas regiões do Centro–Sul do País poderia ter sido amenizada se as unidades tivessem a sua disposição sistemas de irrigação? Para Pedroso, sem dúvida, se as unidades fizessem o uso da irrigação, o impacto seria muito menor ou até mesmo nulo.
“A irrigação vem como um grande processo de evolução que vem ajudar a aumentar a produtividade. Muitas unidades investem em maquinários, fertilizantes, defensivos, variedades, mas mesmo assim não conseguem um grande aumento de produtividade. É hora de entenderem que todo ser vivo necessita de água e para a cana não é diferente. Investiram em várias tecnologias e ainda não conseguiram um salto na produtividade, por que não investir em irrigação e depender menos das chuvas?”, indaga Pedroso.
A pesquisadora IAC também acredita que sim. Para Regina, a irrigação pode ser utilizada em caráter eventual ou de salvamento em períodos de deficiência hídrica acentuada, suplementar às chuvas ou mesmo de forma plena. “Assim, mesmo em regiões onde as chuvas são historicamente distribuidas de maneira regular, a irrigação, utilizada de forma adequada, pode ser utilizada em caráter eventual para evitar quebras de produtividade acentuadas”, opina.
Araujo Filho alerta que apesar das chuvas estarem cada vez mais irregulares, assim como as safras estão cada vez mais irregulares, o projeto de irrigação deve ser concebido de acordo com a necessidade in loco. “Temos que saber qual o tamanho desse déficit. Ferramentas temos inúmeras, porém sendo decididas no ‘tapetão’. É necessário um estudo de pré-projeto, identificando os potenciais de irrigação de cada bacia, estudando onde podemos acumular e se esse acúmulo pode atender qual área e em qual sistema. Vamos então salvar onde se pode salvar e fazer plena onde temos oferta de água e períodos mais longos de déficit hídrico. O segundo passo é um plano diretor de irrigação condizente com o fluxo financeiro da empresa e com planejamento de execução, sem esquecer tudo nas primeiras chuvas que ocorrerem”, destaca.

SALVAMENTO, PLENA OU COMPLEMENTAR?
A irrigação plena é quando praticamente toda a demanda hídrica da cultura é atendida via irrigação, já que geralmente ocorre em áreas de baixíssima pluviosidade. A irrigação complementar, como já diz o nome, atende a evapotranspiração da cultura em parte complementando a precipitação efetiva, pois o restante da demanda hídrica é fornecida pelas chuvas. A irrigação de salvamento é aquela planejada apenas para atender um período curto ou um estágio da cultura, no máximo em duas ou três lâminas.
A pesquisadora do IAC destaca que o uso deste manejo requer conhecimento e treinamento relacionado ao uso da irrigação além da elaboração de estratégias e de metas a curto, médio e longo prazo. A escolha por um sistema de irrigação por salvamento, pleno ou complementar precisa levar em consideração a experiência no uso da técnica, os objetivos pretendidos, a disponibilidade hídrica, a disponibilidade financeira, as condições de solo, clima e ainda das cultivares.
“Quando não se tem experiência no uso da irrigação, iniciar por alguns talhões possibilita um processo de aprendizado e ganho de conhecimento paulatino e construtivo. A irrigação é um forma de aplicação do insumo água e é necessário conhecer que os processos que envolvem a água no solo, na planta e na atmosfera são dinâmicos e por isto não há resposta única que possa ser aplicada a todas as situações”, complementa.
Para Araujo Filho não existe receita de bolo. É preciso conhecer o real déficit hídrico para cada época do ano ou mesmo para cada mês do ano. “Precisamos atacar os períodos de déficit no balanço hídrico e onde esse déficit vai causar maior prejuízo no desenvolvimento da cultura. As plantas se comportam de forma diferente quando são colhidas no início ou no final da safra. Precisamos conhecer a fenologia da cultura, a quantidade de água correta a aplicar, em que fase da cultura, se podemos fracionar os fertilizantes ou ainda se nosso objetivo é apenas retomar a produtividade anterior ou chegar nos três dígitos de média”, salienta.

ALUGUEL DE PIVOT
A Valley, empresa que fabrica sistemas de irrigação por pivot, afirma ter registrado um crescimento impressionante nos últimos anos de adesão da tecnologia em canaviais, tanto que criou um departamento específico para atender o setor e mais: revolucionou com a forma de negociação de aluguel por milímetro irrigado. De acordo com Vinicius Maia, gerente de contas para Mercado de Cana no Brasil e América Latina da Valley, “a procura é cada vez maior e, por isso, acreditamos em um grande avanço neste 2019”.
O aumento na produtividade registrado por produtores de todo o país através do pivô tem sido o pilar para essa previsão otimista. Segundo o representante da Pivot, revenda Valley na região de Goiás, Leonardo Jacinto, os produtores de cana que não utilizam irrigação estão acostumados com um rendimento de 60 a 80 t/ha. “Muitos não acreditam quando escutam que esse número pode subir para 140, 150, ou mesmo 180 t/ha. Mas, o fato é que o pivô consegue, sim, ter esse efeito multiplicador. A cana precisa mudar, senão, o lucro vai continuar baixo”, avalia Leonardo.
Em Bebedouro, SP, a empresa Coopercitrus que representa a Valley tem o setor de cana-de-açúcar como o principal em termos de volume de faturamento. Para o diretor, Rubens de Brito Mendes, a irrigação vai trazer boas surpresas em 2019. “Acompanhando os produtores de cana, é perceptível que eles vêm fazendo grandes investimentos em tecnologia, com o objetivo de aumentar a produtividade. De acordo com o que se vê no mercado, o próximo passo é um salto na utilização da irrigação”, destaca.
Segundo o representante da revenda Brasmáquinas, em Minas Gerais, Paulo Maeno, a nova modalidade de aluguel de pivôs, o Valley Rental, mostra um potencial muito interessante para o próximo ano. “Trata-se de uma opção interessante para o produtor que não tem condições de comprar um pivô central, mas que precisa da irrigação para sobreviver. Aqui, ficamos, pelo menos, 8 meses sem chuva, por isso, a irrigação é absolutamente fundamental. Não há como conduzir a lavoura sem ela, e os benefícios que a irrigação traz são inegáveis”, finaliza.

COMO CALCULAR OS CUSTOS
Além da questão da outorga de água, outro fator que põe em cheque a viabilidade de se fazer irrigação tem sido os custos, já que muitas unidades e produtores estão descapitalizados para fazer até mesmo o básico em seus canaviais. No entanto, para o coordenador agronômico da Netafim, os resultados obtidos (aumento de produção e longevidade) por si só já dão a resposta para quem tem interesse em investir. “Muitas unidades irrigantes estão conseguindo do payback em menos de três anos, sendo que algumas unidades conseguiram em um ano e meio. Além disso, a irrigação proporciona redução nos custos de produção, de CTT (corte, transbordo e transporte) e de arrendamento”, salienta.

Ele ainda destaca que muitas unidades estão adotando a irrigação nas canas colhidas no final de safra, onde a redução de produtividade é normal devido a estresse hídrico. “Eles adoram a irrigação, principalmente a por gotejamento nessas áreas para se manter a produtividade, evitando a queda de rendimento da indústria (fator que é extremamente custoso). Como dizem: ‘caro é aquilo que não se paga’, o que não é o caso da irrigação”, adiciona Pedroso.
Araujo Filho, salienta a necessidade de se fazer um estudo muito bem feito e de consistência do payback do negócio. É preciso que neste levantamento sejam utilizados os valores dos custos apurados dentro da unidade interessada e não custos médios de outras unidades ou custo padrão. No caso das unidades agroindustriais, deverá ser utilizado pelo menos três cenários quanto aos valores futuros de comercialização e exercitar o payback com os três cenários de preços. Para os valores de produtividade agrícola, o ideal é utilizarmos dados próprios anteriormente obtidos em estações experimentais dentro do mesmo ambiente de produção (para aqueles que já iniciaram o processo com áreas menores) ou buscar resultados históricos nos vizinhos mais próximos, sempre discutindo com a equipe.
“Esta série de indicadores, que podem variar ao longo dos anos, principalmente quanto aos valores futuros das commodities, pois esse indicador tem grande influência no tempo de retorno de capital, é um exercício financeiro que deve ser feito a quatro, seis ou até mesmo oito mãos! Em média, para as unidades agroindustriais esse payback ocorre entre o segundo e o terceiro ano. No caso de uma implantação do sistema de gotejamento subterrâneo”, explica o especialista Araujo Filho que complementa: “A melhor variedade ainda é a H2O e sempre vai ser! Mas não caminha sozinha, todas as outras técnicas devem caminhar juntas”, conclui Araujo Filho.

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