Os futuros de milho negociados nos Estados Unidos terminaram em alta na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira, 15, com traders de olho no clima do Brasil e na oferta de soja do país. “Dependemos do clima da América do Sul, sem dúvida”, disse o presidente da corretora US Commodities, Don Roose à Reuters.
Assim, o contrato do milho com vencimento em março subiu 3,75 centavos de dólar, para US$ 4,83 por bushel. Na semana, em contrapartida, o milho caiu 0,5%.
No Brasil, a produção de milho para a safra 2023/24 deverá somar 129,156 milhões de toneladas, estimou nesta sexta-feira, 15, a consultoria Safras & Mercado em seu último relatório divulgado, reduzindo em 6,6 milhões de toneladas sua projeção de setembro.
Na temporada 2022/23, o Brasil colheu um recorde 140,87 milhões de toneladas, segundo a consultoria para a Reuters. Segundo o consultor da Safras & Mercado, Paulo Molinari, o ajuste para baixo nos números leva em conta os problemas de clima causados pelo fenômeno El Niño, que prejudicaram tanto o plantio como o desenvolvimento das lavouras de verão de milho, bem como a soja.
O atraso na soja deverá contribuir para uma redução na janela de cultivo no Mato Grosso e na região do Matopiba, na segunda safra de milho.
Pela nova estimativa, a produção de milho de verão no Centro-Sul do Brasil deverá atingir 26,399 milhões de toneladas, abaixo dos 26,859 milhões de toneladas estimadas em setembro, com uma menor área plantada. Mas o corte foi maior para a segunda safra de milho do Centro-Sul, que será plantada somente no próximo ano e está agora estimada em 89,171 milhões de toneladas, aquém das 94,747 milhões de toneladas previstas em setembro e abaixo do volume recorde registrado em 2023, de 99,913 milhões de toneladas.
A área prevista da segunda safra é de 14,789 milhões de hectares, abaixo dos 15,48 milhões de hectares previstos em setembro. A Safras ainda considera uma produção de 13,6 milhões de toneladas no Norte e Nordeste, versus 16,1 milhões na temporada passada.