Edição 182
POR DENTRO DA USINA
Raízen retomará operação da usina Bom Retiro
Diante de um cenário de preços futuros do açúcar, mais altos no mercado global, a Raízen retomará as operações da usina Bom Retiro no próximo ano. A informação é de uma importante fornecedora que participa do projeto, a Vignis, que relatou ainda que as operações da unidade devem ser retomadas em julho de 2017, utilizando a chamada cana energia, uma variedade mais produtiva.
A Raízen havia paralisado, em 2015, as operações da unidade Bom Retiro, localizada na região de Piracicaba, SP, por conta de problemas com a oferta de cana na área, onde a Raízen opera outras quatro usinas, e os baixos preços do açúcar na época.
A companhia informou que projetos relativos ao retorno da operação industrial daquela unidade estão em constante análise, mas não há nada concreto até o momento. Já o presidente da Vignis, Luis Claudio Rubio, afirmou à Reuters que a unidade deverá moer 500 mil t no primeiro ano, aumentando para 1 milhão de t em 2018. Quando parou as operações, a Bom Retiro tinha capacidade de moagem de cerca de 1,4 milhão de t por ano.
43 usinas brasileiras já possuem certificação Bonsucro
Das 56 unidades produtoras de cana-de-açúcar e produtos derivados certificadas no mundo pelo Bonsucro, iniciativa reconhecida internacionalmente por atestar uma produção sucroenergética sustentável, 43 são empresas brasileiras. A mais recente certificação de uma usina nacional aconteceu na segunda quinzena de junho, com o reconhecimento da Nardini Agroindustrial, do município de Vista Alegre do Alto, SP, na região de Ribeirão Preto.
O diretor executivo da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), Eduardo Leão de Sousa, cuja entidade possui 36 companhias associadas nesta lista, exalta o comprometimento do segmento canavieiro nacional na incorporação das melhores práticas sociais e ambientais em seus processos agrícolas e industriais. “Desde 2011, observamos um crescente número de certificações no País, o que reforça ainda mais a nossa posição de destaque nos mercados mundiais de açúcar e etanol. Já são aproximadamente 910 mil ha de canaviais auditados, o que representa 9,3% do total da área colhida”, ressalta.
Com sede em Londres, o Bonsucro atua como um fórum internacional reunindo produtores, ONGs, traders, redes varejistas, empresas e investidores empenhados no melhoramento contínuo da produção canavieira ao redor do mundo.
Trabalho em equipe garante qualidade na Usina Estiva
A safra 2016 poderá ser uma das mais importantes da história da Usina Estiva, especialmente no quesito eficiência na entrega da cana. Para garantir que a matéria-prima que chega à indústria seja de qualidade – com baixos índices de impureza vegetais e minerais, as equipes da Filial São Jorge trabalham conjuntamente. “A ação começa num plantio bem feito e com uma sistematização que contribui em muito com a logística operacional e, consequentemente com um bom rendimento operacional”, explica Marcello Bento, gerente Agrícola.
Entre as ações realizadas estão a aplicação de maturadores, controle da velocidade de operação das colhedoras e extratores, corte de base e desponte. “Com isso conseguimos uma matéria-prima de qualidade e que proporciona um maior rendimento de extração por parte da indústria. Toda essa evolução também só foi possível com a ajuda dos nossos colaboradores que passam por diversos treinamentos e discussões dentro de sala de aula. A participação efetiva de toda equipe proporciona o fortalecimento e evolução constante das nossas operações”, afirma.
Usina Cruangi espera aumentar produção na próxima safra
A Usina Cruangi, em Timbaúba, na Zona da Mata Norte, espera superar a produção de etanol na próxima safra, que inicia em agosto. A expectativa é positiva mesmo em um cenário adverso, com as variações climáticas, crise econômica e falta de políticas públicas para o setor canavieiro.
A cooperativa que administra a usina informou que irá manter o mesmo número de contratações do ano passado. E para incentivar a produção, a prefeitura de Timbaúba sancionou uma lei de isenção fiscal para a cooperativa sobre qualquer serviço contratado pela unidade industrial. A proposta incentiva o cooperativismo rural, estimulando o desempenho e a produção canavieira com efeitos positivos em toda cadeia produtiva da região.
Na última safra, apesar da seca, a unidade fabricou 21 milhões de l de etanol e movimentou R$ 44 milhões.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL É O CAMINHO DO GRUPO JOÃO LYRA
O Grupo João Lyra, que teve falência decretada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) em 2014, está apostando na volta à recuperação judicial. Para os gestores, o decreto de falência não deu certo e teria levado apenas à depredação do patrimônio com a ocupação das terras da Usina Laginha e destruição do maquinário.
A Laginha Agroindustrial S/A pediu recuperação judicial em 2008 e o comitê gestor vê com bons olhos a volta a esse estágio. De acordo com o assessor, em entrevista ao jornal Tribuna, o grupo teria falido com um valor de R$ 25 milhões em caixa, afetando de forma direta 12 mil trabalhadores que perderam seus postos de trabalho após a falência. Até canas, segundo o assessor, que foram moídas à época da falência, não foram pagas ao grupo até o momento.
Além disso, outro fator que tem gerado reclamações dos gestores é que os valores das propriedades do grupo estariam sendo sub-dimensionados dentro dos processos trabalhistas. “Venderam uma área na região de Atalaia por R$ 10 mil o ha, quando o hectare vale R$ 45 mil ao preço de mercado na região. A decisão está sendo contestada”, relatou o assessor que vem acompanhando o caso de perto.
Com a aprovação da recuperação judicial, um plano seria elaborado para que uma gestão compartilhada do grupo fosse colocada em prática. Participariam da gestão o comitê de credores e os acionistas da Laginha. Com a saída da falência, a venda de ativos do grupo pode ser feita em valor real de mercado. “Exemplo é a sede da Usina Guaxuma. O banco quer ficar com o parque industrial por uma dívida de R$ 8 milhões quando esse parque vale mais de R$ 50 milhões em preço de mercado”, disse o assessor.
Uma das bases que podem robustecer a decisão da recuperação judicial é a utilização dos créditos de R$ 700 milhões da lei 4.870, de 1965. Com o valor a ser utilizado o grupo visa conseguir a Certidão Negativa de Débito, o que pode fazer com que sejam aportados recursos para utilização na retomada das empresas.