O anúncio de que muitas regiões com plantações de cana foram afetadas por geadas na madrugada da última quarta-feira pressionou os mercados futuros do açúcar que fecharam em alta em todos os lotes das bolsas internacionais. As notícias davam conta de que o fenômeno climático, que veio acompanhado de uma grande massa de ar frio, teria atingido regiões do norte e sul de São Paulo, principal produtor de cana-de-açúcar do País, norte do Paraná e numa extensa área do Mato Grosso do Sul.
Com as informações chegando de diferentes fontes, os mercados de açúcar em todo o mundo começaram a refletir as incertezas dos impactos de mais esta condição climática. Em Nova York, o açúcar branco terminou o dia, ontem, cotado, no vencimento julho/21, a 17,63 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 40 pontos no comparativo com os preços da véspera. Já a tela outubro/21 subiu 35 pontos, negociada em 17,89 cts/lb. Os demais lotes valorizaram entre 13 e 28 pontos.
“Para a cana o efeito (das geadas) é mais severo. A cana pegou áreas majoritárias, pegou áreas no coração da cana-de-açúcar”, destacou o meteorologista Celso Oliveira, da Somar, citando a região de Ribeirão Preto, importante região canavieira, em matéria veiculada pela Agência Reuters.
“As geadas da véspera, que haviam feito estragos em áreas de milho do Paraná e Mato Grosso do Sul — já atingidas pela seca — foram mais amplas nesta quarta-feira, e o frio intenso deve continuar na quinta-feira”, destacou a Reuters.
O meteorologista ouvido pela reportagem destacou, inclusive, a ocorrência de geadas em Pradópolis, na região de Ribeirão Preto, onde a São Martinho tem operações de grande porte. A Reuters destaca, no entanto, que procurada, a São Martinho disse que não tinha informações a divulgar e que estava monitorando as condições.
“Na região de Jaboticabal teve temperaturas abaixo de zero, em Pradópolis… Teve geadas também em outras áreas, Rancharia, no oeste do Estado, deu 2 graus abaixo do zero. Ituverava, 1,4 graus, Bauru deu 2 graus, também teve geada. Votuporanga, 1,7, também geada”, afirmou.
A Reuters destacou, ainda que “o Paraná teve geada generalizada, praticamente todas as usinas de cana. Já em São Paulo temos relatos de bolsões, mas não obrigatoriamente em todo o Estado”, afirmou, explicando que o fenômeno também depende do relevo.