Os preços do açúcar se recuperaram das perdas iniciais e fecharam em alta na quarta-feira, impulsionados pela cobertura de posições vendidas diante da valorização do real. A moeda brasileira atingiu a maior cotação em duas semanas e meia frente ao dólar, o que desestimula as exportações dos produtores brasileiros.
O contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 subiu 0,05 centavo de dólar, ou 0,3%, para 14,42 centavos de dólar por libra-peso, após ter recuado mais cedo à mínima desde dezembro de 2020, de 14,21 centavos. Já o açúcar branco foi pouco alterado, fechando a US$ 417,70 por tonelada, tendo tocado US$ 411,60/t, também no menor nível em quase cinco anos.
Apesar do leve alívio no pregão, o quadro fundamental segue pressionado. Nas últimas semanas, os preços caíram para mínimas de 4,75 anos em meio ao aumento da produção no Brasil e às projeções de excedente global. A Unica informou em 16 de outubro que a produção de açúcar no Centro-Sul, na segunda quinzena de setembro, cresceu 10,8% sobre o ano anterior, alcançando 3,137 milhões de toneladas.
No mix de produção, 51,17% da cana-de-açúcar moída no período foi destinada ao açúcar, contra 47,73% no mesmo intervalo de 2024. No acumulado da safra 2025/26 até setembro, a produção totalizou 33,524 milhões de toneladas, alta de 0,8% em relação ao ciclo anterior. Já a consultoria Datagro projeta que a safra 2026/27 poderá atingir um recorde de 44 milhões de toneladas, crescimento de 3,9% sobre o ano anterior.
As estimativas para o cenário internacional também indicam excesso de oferta, embora com divergências nos números. Em 13 de outubro, o BMI Group projetou um excedente global de 10,5 milhões de toneladas para a safra 2025/26, enquanto a Covrig Analytics, em 7 de outubro, estimou o excedente em 4,1 milhões de toneladas.

