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Produtores de cana querem mais acesso a mercado de carbono

Cana, cana-de-açúcar
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O presidente da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), Evandro Gussi, afirmou nesta sexta-feira (22) que brasileiros produtores de cana esperam que o setor tenha maior acesso ao mercado global de créditos de carbono depois da Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, a COP26, marcada para acontecer de 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.

De acordo com Evandro Gussi, em entrevista ao portal “Poder360”, o ganho poderá vir com a permissão para a fusão dos mercados de carbono de diferentes países, que poderiam, na visão do presidente da entidade, assinar tratados entre si para criar um mercado unificado mais amplo.

Segundo ele, a fusão de mercados poderá se tornar uma realidade a partir da regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, uma das principais metas da COP26. “É grande a chance de que isso se concretize. Se não for esse o resultado, haverá grande frustração, não só nossa”, disse Evandro Gussi, que estará em Glasgow durante a COP26.

Vontade dos produtores

Ainda conforme o presidente da Unica, os produtores brasileiros têm grande interesse na fusão dos mercados porque a cana, com rápido crescimento, é muito eficiente na captura de carbono da atmosfera.

Prova disso é que, de acordo com especialistas, o processo industrial consome, em geral, somente o bagaço da planta. Sendo assim, o etanol produzido no Brasil tenha pegada de carbono 90% menor do que o da gasolina.

A eficiência do etanol de milho dos EUA é menor, 50%. tal fato acontece porque a produção do combustível a partir da cultura acaba usando equipamentos a gás natural, um combustível fóssil.

Hoje, o valor do crédito para sequestro de uma tonelada de carbono tem variado de US$ 2 a US$ 5. “Em 10 anos poderá estar em US$ 35”, disse Gussi. Ainda conforme ele, no ano passado, foram comercializados 15 milhões de créditos de carbono em 2020 na Bolsa de Valorores brasileira, o que representa uma tonelada a cada crédito.

Neste ano, o total deve chegar a 20 milhões. Aproximadamente 80% disso é vendido por produtores de cana e, por isso, o interesse desse público no tema.

Vantagens do etanol

Por fim, em Glasgow, além da reunião diplomática para negociar as regras ambientais, representantes do setor privado irão se reunir e apresentar propostas em um forum paralelo.

Por conta disso, a Unica quer divulgar as vantagens do etanol para que a oferta e a demanda global do produto cresçam. “Não queremos que seja algo só nosso”, disse Gussi.

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