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Raízen lança maior IPO do ano com valor de captação que pode chegar a R$ 10,5 bi

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Naquele que deve ser o maior IPO do ano, a Raízen — joint venture entre Cosan e Shell — definiu hoje a faixa de preço da oferta exclusivamente primária, uma operação que poderá levantar R$ 10,5 bilhões, considerando todos os lotes e o topo da faixa indicativa, que vai de R$ 7,40 a R$ 9,60.

Para emplacar a oferta, a Raízen reduziu as ambições iniciais. A companhia vinha testando uma avaliação de R$ 90 bilhões, com a qual poderia levantar até R$ 13 bilhões com os lotes extras, sendo R$ 10 bilhões na oferta base. Agora, a oferta base movimentará quase R$ 6,7 bilhões, no ponto médio da faixa — no topo da faixa, a companhia pode levantar R$ 7,78 bilhões para o caixa. Se emplacar a oferta sem empolgação, no piso da faixa e sem lotes extras, a Raízen já embolsa R$ 6 bilhões.

A oferta será apenas de ações preferenciais (são 810,8 milhões de ações) e a Raízen será listada no Nível 2 da B3. Cosan e Shell ficam com as ordinárias, preservando o controle da gigante de energia renovável e combustível. Após o IPO, a liquidez deve ficar limitada, com o free float atingido no máximo 10,7% se os lotes extras forem exercidos. Para viabilizar a oferta mesmo sem o mínimo de 25% exigido, a Raízen solicitou a dispensa do requisito para a B3, e ainda aguarda a resposta.

No pedido de dispensa à B3, a Raízen propôs manter ao menos 9% de suas ações em negociação e se comprometeu a aumentar esse percentual para 15% até 31 de dezembro de 2022. Se essa meta não for cumprida, a grupo se dispôs a ceder uma cadeira de seu conselho de administração aos minoritários, com garantia de votação em separado. Outro compromisso inclui indicar dois conselheiros independentes 20% dos assentos e eles — o que garantir maior participação deles.

Quarta maior empresa do país, com um faturamento superior a R$ 110 bilhões — a maior parte disso em distribuição de combustíveis –, a Raízen leva ao mercado uma tese de descarbonização, com investimento em etanol celulósico e biogás. A companhia é a maior produtora de açúcar e etanol do mundo e é a segunda maior distribuidora de combustíveis, só ficando atrás da BR.

Com os recursos da oferta base, a Raízen prevê destinar R$ 5,4 bilhões para a construção de novas plantas de renováveis (etanol celulósico, biogás e pellets de cana), cerca de R$ 335 milhões para eficiência e produtividade no parque atual, e mais R$ 1 bilhão em infraestrutura e logística de armazenagem para suportar o aumento da produção de açúcar e energia renovável.

A previsão dos bancos que coordenam a oferta é precificar as ações em 3 de agosto. O BTG é o coordenador líder. Citi, Bank of America (Bofa), Credit Suisse, Bradesco BBI, J.P. Morgan, Santander, XP Investimentos, HSBC, Safra e Scotiabank também completam o sindicato do IPO. As ações da Raízen serão negociadas com o ticker “RAIZ4”.

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