Setor sucroenergético mineiro planeja investir R$ 6 bilhões

Com um investimento de R$ 6 bilhões, o setor sucroenergético de Minas Gerais planeja se tornar, em oito anos, o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, atingindo 95 milhões de t de cana, quase 24 milhões a mais do que esmaga hoje, algo em torno de 71 milhões de t.

Os dados são da Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais) e foram apresentados durante o plano de investimento para o governo do Estado de Minas Gerais, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

O plano de expansão do setor prevê exportação de energia, produção de biogás,
irrigação, fertilização e novas tecnologias agrícolas. Mário Campos, presidente da Siamig do Conselho de Meio Ambiente da Fiemg, afirmou que é esperado um aumento de 46% na produtividade dos canaviais mineiros.

Hoje, o setor sucroenergético mineiro tem capacidade instalada para produzir 82 milhões de t, que não são utilizadas de forma completa. “Neste ano, a safra foi comprometida devido à seca muito severa, e tivemos um retorno de 65 milhões de toneladas. E há empresas com capacidade ociosa. Vamos ter, nos próximos anos, investimentos vultosos, principalmente em plantio de cana, melhoria na produção, equipamentos, novas tecnologias”, disse.

Para Campos, a produção do biocombustível como uma opção para a mobilidade mais sustentável, a expansão da frota flex e a chegada dos veículos híbridos com células de hidrogênio, além do mercado do carbono regulado, vão estimular ainda mais o segmento.

“Todas essas possibilidades fazem com que o setor amplie a área de atuação, que está cada vez mais sustentável e preocupada com o meio ambiente. Além disso, possibilita uma maior visibilidade para as indústrias e para a economia de Minas Gerais e do Brasil”, destacou.

Melhoria em ferrovias deve beneficiar setor

A construção e a melhoria do setor ferroviário na região do Triângulo Mineiro é outra iniciativa que será benéfica para o setor de canavieiro que, por meio das linhas férreas, poderão transportar a produção sucroenergética e equipamentos agrícolas.

Dados da Siamig mostram que o setor sucroenergético em Minas produz
anualmente 70, 8 milhões de toneladas de cana, gerando 167 mil empregos
diretos e indiretos. É detentor de recordes de produção de açúcar (4,706 milhões
de toneladas/ano) e etanol (3,56 bilhões de litros/ano).

Também se destaca na exportação de bioeletricidade, com 23 usinas que produzem 3,196 milhões de megawatts de energia, que atendem 1,18 milhão de pessoas (6% da população do Estado).