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Edição 209

Sobre as pessoas, sobre nós

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*Beatriz Resende

Mais um ano, mais um ciclo. Final de ano é temporada de fazer balanços.

Vamos aproveitar, no meio de tantas outras coisas importantes inerentes às fases de fechamento, para refletir sobre um tema que precisaremos cada vez mais tratar de forma incansável. Com característica de missão. E isto não cabe apenas aos RH´s das empresas, mas a todos envolvidos na busca da empresabilidade delas e na preservação da dinâmica salutar do mercado de trabalho.

Confira a edição 209 da revista RPAnews

Temos que nos imbuir das melhores energias de otimismo, mas sem perder o chão sobre alguns aspectos que precisam obrigatoriamente ser renovados, como medida de sobrevivência.

Sobre as pessoas, sobre nós
Desejo às empresas, seus dirigentes, líderes e profissionais um novo ciclo, com maior foco nos aspectos intangíveis da relação de trabalho: este é o ponto de partida.

Tempos difíceis sim, em vários aspectos, mais complexos, de sentimentos de maior insegurança e incerteza. No meio desse caos, já falamos do chamado mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), precisamos nos organizar para ter “corpo” para as mudanças previstas.

Devemos olhar para nós, para os outros, para o sistema que fazemos parte e para os sinais já recebidos. O futuro se apoiará na tecnologia, mas o foco dele ainda continuará sendo nas relações, na comunicação, na diferença, no coletivo, na interação e intenção “ganha-ganha”.

Porque tratar um assunto aparentemente tão pesado como esse, quando os nossos olhares e desejos estão no desaceleramento, típico de final de ano? É que mudanças precisam ser pensadas, incluídas nas estratégias, planejadas, organizadas e aplicadas quando os envolvidos estiverem preparados.

Minha proposta é fazer uma análise sobre as pessoas nas organizações, sobre nós. Antes de continuar a minha visão sobre o tema, queria fazer algumas perguntas para nossa reflexão conjunta:

Olhando para as pessoas do nosso quadro, da nossa equipe: podemos dizer que estamos totalmente satisfeitos com suas entregas profissionais, envolvendo desempenho operacional e demonstração de boas posturas, atitudes e iniciativas?

Temos ouvido falar de posturas esperadas das pessoas na transformação que o futuro já vem anunciando e nos atropelando: se olhamos para o que temos hoje nos dá tranquilidade ou apreensão? A mim, o segundo.

E diante de tudo isso, e antes de avaliar os outros, aqueles com os quais trabalhamos ou nos relacionamos: como estamos quanto a nós?

Preciso dizer que tenho estado bastante preocupada com o que vejo versus o que precisaríamos estar enxergando já há algum tempo. Parece que os profissionais do mercado atual de trabalho ainda não saíram do velho pensamento, da velha forma.

Como querer crescer, evoluir, ter mais espaços, ganhar mais e fazer sucesso, se a maioria ainda pensa de forma ultrapassada, limitada e parcial? O que temos vivenciado, absorvido, testemunhado, escutado, lido e percebido nos últimos anos? Tudo isto me traz reflexões importantes que me impulsionam a buscas e adaptações necessárias. Será que estamos em mundos diferentes?

As relações organizacionais têm evoluído em alguns aspectos, pelo menos no discurso, mas ainda demonstram imaturidade tamanha que penso se, muitas vezes, ao invés de adultos, invertemos o etarismo na contratação dos nossos profissionais.

Já falei muito sobre isso em textos anteriores, mas, como disse, é um assunto que a cada ano me dá a sensação de que preciso falar mais. Não me contenho. Não precisamos ir longe nessa avaliação. Assinale os itens que orgulhosamente você pode dizer que concorda ao olhar para a realidade empresarial que você vive:

( ) Nossos problemas com pessoas na empresa são mínimos. Dedicamos pouco tempo a isso e gastamos pouca ou nenhuma energia nesse sentido;
( ) Podemos contar com a proação, dedicação e autossuficiência das pessoas e deixá-las responsáveis por tudo, pois demonstram postura de dono;
( ) As relações nas empresas “dão gosto”: todos colaboram, são disponíveis, exercem bem o seu papel e até nos surpreendem em pequenas coisas. Nunca como antes o senso de servir está tão aflorado;
( ) Estamos realizados em saber que todos trabalham em prol do mesmo objetivo, daquele que eu preciso alcançar: somos um único propósito;
( ) Tenho visto as pessoas cada vez mais procurando propósitos e não empregos; e estas abrem mão deles, naturalmente, quando não estão felizes e conectados com a causa;
( ) Pessoas são autogerenciáveis quanto à sua disciplina, entregas, evolução e contribuição;
( ) Não.vemos conflitos, relações tóxicas e parcerias internas ruins no dia a dia;
( ) Não temos pessoas que entregam metade do que poderiam e ainda reclamam;
( ) Não.temos problemas de pessoas que só querem seus direitos, mas que não se lembram dos seus deveres ou os minimizam;
( ) Sentimo-nos apoiados o tempo todo pela nossa equipe, nossos pares e nosso superior;
( ) Nossas causas são as causas de todos: trabalhamos num ambiente e time sinérgico;
( ) Não temos decepções com pessoas: elas só nos surpreendem positivamente;
( ) Tudo que dedicamos ao outro temos em dobro;
( )Trabalhamos com pessoas automotivadas, interessadas, comprometidas e engajadas!

Acho que não preciso dizer mais nada: essa reflexão começa por nós! Que em 2020 possamos celebrar mais vitórias nesse campo, pois, sem isso, a verdadeira transformação ficará represada até que a “água” bata mais forte em nossa porta, com características de uma era onde as mudanças terão outro tempo, outra forma, teor e impacto. Saberemos depois.

FELIZ NATAL! FELIZ ANO NOVO!

* Beatriz Resende consultora, palestrante e conselheira de Carreira da Dra. Empresa – Consultoria Empresarial

Mas. Desse modo. No entanto. Mas. Desse modo. No entanto. 

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