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Agrícola

Valor do ATR fechará melhor do que o previsto

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Valor do ATR - pré-maturadores

A safra 2020/21 começou com o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) a R$ 0,70/kg. As perspectivas eram menos positivas, diante do pico da pandemia do Coronavírus e a queda no consumo de etanol. No entanto, o número poderá fechar um pouco acima do previsto por especialistas.

Em maio o valor do ATR caiu para R$ 0,6934 continuando a cair em junho para R$ 0,6765 e em julho para R$ 0,6588, trazendo o acumulado para a mínima do ano, R$ 0,6761.

No entanto, a partir de então os ganhos vêm sendo expressivos, segundo a análise de Marcos Fava Neves, professor Titular das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da FGV em São Paulo e especialista em planejamento estratégico do agronegócio.

“Agosto fechou a R$ 0,6939 e setembro a algo próximo a R$ 0,73. Com isto o acumulado já chegou perto de R$ 0,69. Minha previsão feita no início da safra de valor final de R$ 0,707 está hoje conservadora. Hoje creio que encostaremos no R$ 0,73 até o final da safra (valor acumulado)”, prevê Fava Neves.

Um dos pontos positivos, de acordo com Fava Neves, foi o teor de ATR da matéria-prima, que nesta safra chegou a 159,09 kg por t, frente aos 154,23 kg do ano anterior (3,15% maior). No acumulado, tem-se na safra atual 141,5kg de ATR por t, 4,49% maior que no ciclo 2019/20.

Açúcar tem horizonte positivo

A produção de açúcar na safra 2020/21, de acordo com dados da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar) chegou ao acumulado de 29,07 milhões de t até a primeira quinzena de setembro, volume 9 milhões de t superior à safra anterior. O mix de produção alcançou 47,01%, frente a 35,43% do ciclo anterior.

Ainda de acordo com dados da Unica, o Brasil exportou, em agosto, 3,5 milhões de t de açúcar, incremento de 118,8% frente ao mesmo mês do ano anterior. Isso, de acordo com Fava Neves, ocorreu devido as quedas de produção na Índia e na Tailândia, abrindo a janela de oportunidades.

Em volumes financeiros, atingiu-se o valor de US$ 960 milhões (+107%). Já em setembro as vendas foram de 3,621 milhões de t, 112% maiores que setembro de 2019.

Já o consumo global de açúcar sofreu redução de 2,5 milhões de t na temporada 2019/20 (out-set) em consequência da pandemia, segundo a S&P Global Platts. Com isso, o déficit global deve ser de apenas 260 mil t na atual temporada, e de 1,14 milhão na próxima.

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“Uma boa notícia para o açúcar foi a ampliação, pelos Estados Unidos, da cota de importação de açúcar do Brasil em 80 mil t, apesar do volume significar apenas 0,3% das exportações brasileiras. A medida é considerada uma resposta do governo americano à concessão, pelo Brasil, de cota de importação de 187,5 milhões de l do etanol isento de tarifa, por 90 dias. Porém, há argumentos que isto já seria automático nas relações do Brasil com os EUA, portanto não foi uma concessão”, observa Fava Neves.

Ainda de acordo com o especialista, todo o açúcar a ser comercializado pela BP Bunge nessa safra já teve o preço fixado. Segundo a BP Bunge, 60% do total para a safra 2021/22 e 30% da safra 2022/23, também já tiveram seus valores definidos. Os preços negociados pelo grupo foram de 10% e 8% maiores para a próxima safra e a seguinte, respectivamente.

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