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Unica debate teto para biocombustíveis proposto em nova diretiva européia

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Mudanças na Diretiva Européia para Promoção de Energias Renováveis (Redii) estão tirando o sono de alguns países do velho continente, como Suécia, Espanha, Bélgica, Hungria, Áustria e Polônia.

Entre as alterações apresentadas no final de novembro de 2016 pela Comissão Européia, está a redução da participação de combustíveis renováveis de primeira geração (1G) no setor de transporte de 7% em 2020 para 3,8% em 2030. Embora a proposta ainda precise ser discutida e aprovada no Parlamento europeu e no Conselho da UE, que deverá se debruçar sobre o assunto somente a partir do segundo semestre deste ano, governos europeus e entidades do segmento bioenergético alertam para problemas em caso de implementação da medida.

Integrando uma ampla rede de discussão a respeito da Redii, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) participou de uma rodada de reuniões (12 a 17/2) com mais de 40 representantes dos ministérios de agricultura, economia, energia, meio ambiente e relações exteriores de cinco países da UE, além de executivos das indústrias de petróleo, biocombustíveis e outros segmentos. A presença da maior entidade sucroenergética do Brasil nesses encontros ocorreu por meio da parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), cujo objetivo é promover a imagem do etanol e outros derivados da cana no mercado internacional.

Em encontros com interlocutores europeus realizados nas capitais Estocolmo (Suécia), Haia (Países Baixos), Berlim (Alemanha), Madri (Espanha) e Lisboa (Portugal), a presidente da Unica, Elizabeth Farina, acompanhada por sua assessora sênior para Assuntos Internacionais, Géraldine Kutas, comentou sobre a Diretiva, na qual o etanol brasileiro participa como biocombustível convencional e avançado, duas categorias que distinguem carburantes automotivos fabricados em processos de primeira e segunda gerações (1G e 2G), respectivamente.

Em relação ao primeiro caso, a presidente da Unica contestou os critérios utilizados pela Redii, que classifica todos os renováveis fabricados a partir de matérias-primas alimentícias, como é o caso do caldo de cana, como combustíveis convencionais. “É contraproducente tratar todos os biocombustíveis convencionais da mesma forma. Especificamente para o etanol importado do Brasil, o parâmetro não é o adequado” afirma Elizabeth Farina.

A executiva explica que, no País, a expansão da cana se dá em pastagens degradadas e sua produção é norteada por um Zoneamento Agroecológico, e ainda representa a melhor alternativa para o combate ao aquecimento global, problema que exortou os europeus a assinarem um pacto global (Acordo de Paris) para reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa em todo o continente até 2030.

“O critério de seleção do bloco deveria seguir o exemplo dos EUA, onde o etanol de cana é classificado como avançado por conta do seu alto poder de mitigação. Enquanto alguns biocombustíveis evitam as emissões de GEE em apenas 35% em comparação com a gasolina, o etanol de cana pode atingir a incrível marca de 90% de redução”, acrescenta Elizabeth.

Em consonância com a opinião de vários líderes europeus, a presidente da Unica criticou a pequena margem de 3,8% de participação dos biocombustíveis convencionais no transporte da UE em 2030. “Os investimentos requeridos e o atual estágio de desenvolvimento de tecnologias 2G para combustíveis renováveis serão insuficientes para substituir os convencionais nos próximos 14 anos. Consequentemente, a Europa terá que consumir mais combustível fóssil”, ressalta.

Em relação a outro plano da Redii de promover a participação de 3,6% de combustíveis 2Gs na matriz energética europeia nos próximos 14 anos, Elizabeth Farina avaliou de forma positiva “o incentivo aos renováveis avançados sempre e quando eles estiverem disponíveis em quantidades suficientes e a um custo razoável”. (UNICA )

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