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Uso de fungicida fará parte de manejo

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"Não há como escapar. Em algum momento as usinas terão que usar fungicida". A afirmação foi feita pelo professor titular da UFPR, Edelclaiton Daros durante o Dia de Campo do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da UFPR, citando o que ocorreu no caso das culturas de soja e milho. Há algum tempo nenhum produtor de soja ou milho se imaginava aplicando fungicida. Hoje não veem como não aplicar.

"Há materiais excelentes, que poderiam ter uma área significativa de plantio, mas, que foram perdidos por causa da ferrugem marrom ou alaranjada. Da mesma forma, há variedades representativas que hoje convivem bem com a doença, mas que em ano favorável à ferrugem, podem ter problemas", afirma.

O problema, cita Daros, é que no Brasil não há um programa de pesquisa de fitopatologia em cana-de-açúcar. Só pesquisa com obtenção de variedade. "Em todo o país há poucos fitopatologistas que trabalham exclusivamente com a cultura da cana e não está havendo renovação. Os que estão chegando vão levar alguns anos para conhecer as características da cultura. Isso é preocupante. Não temos um programa nacional de pesquisa e o resultado são trabalhos isolados e, ás vezes, sem continuidade. A doença não espera", alerta.

Segundo Daros, toda conjuntura existente deve levar as usinas a aplicarem fungicida. "Vamos ter que aprender a conviver com a doença. E se as variedades mais plantadas desenvolverem susceptibilidade?", questiona, recomendando que os profissionais das usinas comecem aplicando fungicida em pequenos talhões, para aprender a lidar com o problema.

Com esses trabalhos seria possível também avaliar o custo benefício. "O uso do fungicida pode acabar controlando outras doenças de final de ciclo, resultando em ganhos de produtividade ainda maiores. Há mais de 40 fungos na natureza que podem estar reduzindo a produtividade e o produtor nem se dá conta disso", explica o professor.

Em períodos mais secos, como no ano passado, a aplicação de fungicida pode fazer pouca ou nenhuma diferença, mesmo no caso de variedades mais sucessíveis. Como ocorreu no trabalho feito na Estação Experimental de Paranavaí, com as 30 variedades mais plantadas ao longo dos anos desde a década de 1970. Onde aplicou fungicida, os resultados foram semelhantes aos de onde não aplicou.

"Mas se o ano for propício à ferrugem, a situação pode fugir ao controle. Outros trabalhos mostraram que todas as variedades responderam com acréscimo de produtividade onde foi usado fungicida, devido ao controle de doenças de final de ciclo", complementa Daros.

*Texto publicado na edição nº 250 do jornal, referente ao mês de maio.

 
Fonte: Jornal Paraná

 

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