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Encerramento da safra da usina Guarani destaca crescimento do setor sucroenergético

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Após um período difícil de fechamento e recuperação judicial de usinas, o setor sucroalcooleiro retoma o fôlego para pensar no futuro e encarar desafios para a consolidação definitiva do etanol e a sua participação na matriz de combustíveis do Brasil, reforçaram especialistas durante o evento de encerramento da safra 2016/2017 da usina Guarani, do Grupo Tereos, no dia 8 de dezembro de 2016, em Bebedouro. A usina encerrou a safra com a moagem de 19,8 milhões de cana, sendo 11,3 milhões de fornecedores e 8,5 milhões de produção própria.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, presente no evento, é preciso estabilizar o setor, pois o mercado não suporta as oscilações que ocorreram nos combustíveis nos últimos anos. “Há cinco anos, tínhamos a participação de 50% do etanol consumido pelos veículos leves, e no auge da crise econômica, o consumo caiu para 30%. Não há previsibilidade que comporte isso”, afirmou.

As atuais mudanças políticas também contribuíram para a retomada do cenário, afirmou o titular da Pasta, “porque possibilitaram à cadeia produtiva canavieira repensar o futuro para recuperar o equilíbrio fiscal e fazer um planejamento com mais segurança e tranquilidade”, afirmou.

Outro desafio a ser superado foi a produtividade. “Estamos fechando o ano com média de 80 toneladas de cana-de-açúcar por hectare e sabemos que podemos rapidamente avançar neste aumento de forma muito significativa”, disse Arnaldo Jardim.

De acordo com o secretário, o desenvolvimento de novas cultivares de cana-de-açúcar pelos institutos de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Pasta e as medidas de conservação do solo podem contribuir para a retomada do setor. “Fortalecemos nosso Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, e colhemos resultados significativos com o aumento da participação do sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB), que é revolucionário, pois muda o perfil do corte da cana, aumentando em vinte vezes a produtividade. Estamos seguindo as determinações do governador Geraldo Alckmin de colocar a pesquisa a serviço do setor produtivo”, afirmou.

Para o titular da Pasta, a definição do cenário de combustíveis renováveis terá um importante momento na próxima semana, como o lançamento do Renova Bio, pelo Governo Federal, em Brasília. “Será um processo de consultas que terminará em março do ano que vem para acelerar a participação do etanol e das bioenergias na matriz energética do País”, afirmou.

As perspectivas para o futuro da cana-de-açúcar, que atualmente representa a metade do PIB do agronegócio no Estado de São Paulo, são bastante positivas, conforme destacou o diretor da divisão Brasil do Grupo Tereos, Jacyr da Silva Costa. “Nosso setor vive um bom momento com o aumento do preço do açúcar, como há muito não se via. E a perspectiva é favorável ao etanol, devido à recente alta do petróleo. Ainda há desafios para consolidar a posição dos combustíveis renováveis no País, mas o cenário é positivo”, apontou.

A empresa, que renovará cerca de 30% dos equipamentos, investirá em estabilidade industrial, renovará o mix de produtos e espera processar cerca de 20 milhões de toneladas de cana na próxima safra.

A indústria também está bastante otimista com os bons resultados apresentados na última safra, na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. “Em 2026, teremos mais de 50% de participação do País na exportação de açúcar. É preciso buscar eficiência, uma boa gestão para investir de forma adequada os recursos bilionários obtidos com essas atividades. E a sociedade produtiva precisa estar pronta para ajudar o País a encontrar esse caminho”, disse.

O evento contou com a presença de representantes do setor e lideranças políticas como o diretor presidente da Guarani, Pierre Santoul; o prefeito de Bebedouro, Fernando Glavão; o presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Tirso Meirelles; o deputado federal Arlindo Chinaglia e o deputado estadual Itamar Borges

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