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Futuro do etanol sob administração Trump ainda é incerto, diz banco
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, já expressou em algumas ocasiões apoio à regulamentação que estabelece o volume de etanol de milho e outros bicombustíveis que deve ser misturado à gasolina nos EUA. No entanto, ainda há incertezas sobre o futuro do setor de etanol durante o mandato do novo presidente, segundo o banco de investimento Cowen. "Antes de ficarmos muito animados, precisamos ver o modo e os métodos que a administração Trump vai escolher para lidar com o programa", conhecido como Padrão de Combustíveis Renováveis, disse o banco.
Nesta quarta-feira (23/11), a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) publicou a regulamentação final com esses volumes. Ela estabelece que refinarias devem misturar 15 bilhões de galões (56,78 bilhões de litros) de etanol convencional e 4,28 bilhões de galões (16,2 bilhões de litros) de biocombustíveis avançados à gasolina em 2017. O volume total, de 19,28 bilhões de galões (72,98 bilhões de litros), representa um aumento de 1,17 bilhão de galões (4,43 bilhões de litros) em relação à exigência para este ano.
Em Iowa, maior produtor de milho dos EUA, Trump venceu as primárias e as eleições gerais em parte por causa de seu apoio ao Padrão de Combustíveis Renováveis. Nos EUA, o biocombustível é feito principalmente com milho, e o setor consome cerca de um terço da safra doméstica do grão. Líderes republicanos do Estado estão entre os maiores defensores do padrão. No entanto, caso quisesse revisar os volumes estabelecidos por alguma razão ou até postergar indefinidamente a entrada em vigor do padrão para 2017, a administração Trump teria várias opções legais para fazê-lo, de acordo com especialistas.
Grupos que representam companhias de biocombustíveis elogiaram os números da EPA, enquanto o setor de petróleo pediu que o Congresso rejeite a política. "A medida vai enviar um sinal positivo aos investidores, com repercussões na nossa economia e no meio ambiente", disse o presidente e CEO da Associação de Combustíveis Renováveis, Bob Dinneen. "Ao sinalizar seu comprometimento com um mercado crescente de biocombustíveis, a EPA vai estimular novo interesse em etanol celulósico e outros biocombustíveis avançados."
Ações de companhias de etanol como Green Plains e Pacific Ethanol subiram após o anúncio da EPA. A Associação Americana de Fabricantes de Combustíveis e Petroquímicos, que representa refinarias, criticou o anúncio e pediu que o Congresso rejeite ou revise a política. Segundo o presidente da associação, Chet Thompson, o volume de biocombustíveis estabelecido pela EPA vai além do desejado por consumidores ou do que a infraestrutura pode suportar. "As refinarias não devem ter a responsabilidade de forçar consumidores a usar produtos que eles não querem ou que são incompatíveis com seus carros, barcos ou equipamentos motorizados", disse.
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