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OMC volta a expor o protagonismo agrícola do Brasil

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O Brasil continua a ganhar espaço no comércio mundial de produtos do agronegócio. De acordo com dados apresentados ontem no Comitê de Agricultura da Organização Mundial do Comércio (OMC), entre os anos de 2007 e 2016 o peso do país nas exportações globais aumentou tanto em mercados nos quais a participação já era elevada, como soja em grão, quanto naqueles em que as vendas ao exterior são menos relevantes, como o arroz.

No tabuleiro global de oleaginosas, grupo que inclui a soja em grão, carro-chefe do campo brasileiro -, a fatia das exportações do país no total passou de 27%, em 2007, para 35,3% em 2016. Como mostra o infográfico ao lado, na mesma comparação os principais concorrentes do Brasil nessa frente, Estados Unidos e Argentina, perderam terreno. Mesmo com todos os problemas que enfrentou em consequência de uma política que desestimulou durante anos as exportações, a Argentina manteve sua primazia nas exportações de farelo e óleo de soja, conforme as estatísticas apresentadas ontem na OMC.

No comércio de açúcar, o Brasil continua imbatível, ainda que a participação do país nas exportações mundiais tenha diminuído de 52,2%, em 2007, para 49,3% em 2016. No tabaco, a liderança também é brasileira, com fatia estável na casa de 14,5%. Nas exportações de algodão, o país ganhou espaço – representava 2,5% do total em 2007, mas 10,7% em 2016. Mas nesse caso a liderança ainda é dos Estados Unidos, mesmo derrotados pelo Brasil em painel da OMC em razão dos enormes subsídios concedidos a seus cotonicultores.

Entre produtos que ainda não podem ser considerados relevante na pauta de exportações do Brasil, o destaque positivo é o arroz. Nesse mercado, a fatia do país nos embarques globais aumentou de 0,3%, em 2007, para 1,8% em 2016. Mas em frutas e vegetais, por exemplo, a participação registrou queda de 3,8% para 1,9% na mesma comparação.

Nas carnes, o país também se consolida cada vez mais como protagonista. Na carne de frango, o domínio é cada vez maior, e na carne bovina disputa o segundo lugar com a Austrália, uma vez que a Índia assumiu a liderança. A informação chegou a surpreender alguns negociadores ontem na OMC, mas a liderança indiana se dá por causa de seu grande rebanho de búfalos. De qualquer forma, a velocidade da ascensão da Índia no ranking dos exportadores de carne bovina é impressionante. A fatia indiana saltou de 1,9%, em 2007, para 18,4% em 2016. Na carne suína, porém, o Brasil custa a deslanchar. (Valor Econômico)

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