Home Sem categoria Sobram razões para manter taxa no etanol dos EUA, diz Feplana no Mapa
Sem categoria

Sobram razões para manter taxa no etanol dos EUA, diz Feplana no Mapa

Share
Share

Semanas depois da declaração do ministro da Agricultura (Mapa) Blairo Maggi sobre o futuro da taxação de parte do etanol de milho importado dos EUA, que à época levou a queda de 7% no preço do açúcar em uma semana, o setor agrícola/industrial do etanol nacional voltou a tratar do caso durante reunião na Secretaria de Relação Internacional do Mapa. Esta secretaria, que é responsável por formular a posição da pasta e defendê-la no Conselho de Ministérios (Camex), instância do governo federal que dá a palavra final sobre a questão, recebeu teses e críticas da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) sobre o assunto, as quais se alinham com a  do Fórum Sucroenergético Nacional, em defesa da manutenção desta tributação, a qual mal entrou em vigor, tendo sua duração de dois anos.

A posição conjunta da Feplana e do Fórum está sendo copilado para ser enviada oficialmente à responsável desta secretaria do Mapa (Ana Maria Oliveira). Este direcionamento foi definido pela gestora, que coordenou a reunião no Ministério da Agricultura. Ela inclusive tranquilizou a todos os presentes, informando que não há nenhum pedido de mudança da taxação pela Camex, tampouco pelo Mapa ou outro ministério envolvido.

Contudo, o setor agrícola/industrial do etanol brasileiro está preocupado e aponta vários motivos para que se mantenha a respectiva taxação diante do significativo volume do etanol importado, grande parte até sem qualquer tributação, que tem entrado no mercado local, aproveitando-se da alta do petróleo, que tem favorecido o consumo maior de etanol.

Para Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana, o fim desta taxa destruirá a cadeia nacional do etanol e principalmente a dos produtores independentes de cana de açúcar, que correspondem a mais de 60 mil no Brasil, representados pela entidade. Sem taxação, ficam ameaçados bilhões de reais em investimento e milhares de empregos de brasileiros desta cadeira produtiva. O setor já vem sofrendo tal competição injusta com o etanol de milho estrangeiro – este que continua sendo subsidiado indiretamente por programas agrícolas de seu governo, diferente daqui. 

Ademais, a Feplana e o Fórum dizem que a taxação do etanol dos EUA é 6,25 vezes menor que a tributação imposta pelos norte-americanos para que o açúcar brasileiro, mais competitivo que o deles, entre no mercado interno de lá. “É um contrassenso os EUA cobrarem o fim da taxação do seu etanol para entrar no Brasil, para competir deslealmente com nosso etanol que não é subsidiado, como é o milho lá, e ainda não abrem mão para retirar essa taxação sobre o nosso açúcar para entrar no mercado  deles, inviabilizando tal exportação porque o produto quase que dobra de preço”, diz Andrade Lima.

Esta e outras questões detalhadas comporão o documento conjunto do setor agrícola/industrial do etanol brasileiro contra o fim da taxação do combustível dos EUA. A Feplana e o Fórum lembram ainda que, diante da baixíssima mistura do etanol anidro na gasolina norte-americana, de apenas 10%, como é exigido pelo referido governo, enquanto no Brasil é de 27%, bem como com a recente e alta taxação imposta pela China de 95% para a entrada de etanol importado, os EUA têm encontrado no Brasil a sua principal forma para escorrer sua superprodução de milho em forma de etanol, em prejuízo da cadeira produtiva do etanol do pais.

É bom lembrar que por pressão do setor petrolífero norte-americano não se amplia a mistura do etanol na gasolina. Uma simples ampliação (de E10 para E15) resultaria em 25 bilhões a mais de litros no mercado interno dos EUA. Basta seu governo autorizar somente mais 5% de etanol na composição no combustível fóssil.

Foi colocado ainda para a representante do ministro da Agricultura, que, diferente da cultura do milho, que é investimento de curto prazo, já que pode-se plantar e colher até duas vezes no ano, a cana-de-açúcar é semiperene, sento, portanto, um investimento que dura até seis safras.

Previsibilidade é tudo para qualquer mercado. É preciso ter um mínimo de segurança  para o produtor brasileiro investir nesta cultura agrícola da cana, cuja, inevitavelmente, só poderá produzir açúcar e/ou etanol, produtos estes ainda sujeitos a muitas perdas frente ao desequilíbrio ora causados na produção deste mix”, frisou Lima. Ele realça que a garantia da taxa do etanol é uma dessas previsibilidades. E espera que o Mapa continue defendendo o produtor rural, seus trabalhadores e a economia brasileira, que têm na cultura da cana pilar de forte expressão nacional.

 

Share
Artigo Relacionado
MercadoSem categoria

Conab mantém projeção de recorde de produção de grãos em 2024/25

Companhia estima colheita de 322,4 milhões de toneladas, volume 8,2% maior do...

AgrícolaSem categoriaÚltimas Notícias

Monitoramento de produtividade de cana-de-açúcar com o uso do NDVI

A cana-de-açúcar é uma das principais culturas agrícolas do Brasil e de...

Sem categoria

Cbios: Governo pretende transferir regulação de títulos

A responsabilidade sobre a regulação financeira dos Cbios (Créditos de Descarbonização) poderá...

Etanol
Sem categoria

MME cria comitê para monitorar o suprimento de combustíveis e biocombustíveis

Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, na última quinta-feira (10/03), a...