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Agrifutura reúne 2,5 mil pessoas em São Paulo
Nos dias 3 e 4 de março foi dado o início ao movimento chamado Agrifutura, que contou com mais de 2.500 pessoas no Instituto Biológico, localizado na capital paulista. O evento inédito apresentou soluções inovadoras e tecnológicas para o agronegócio, um dos segmentos mais importantes da economia nacional, e também trouxe painéis especiais para quem desejava se aprofundar no assunto.
Os painéis foram divididos em duas vertentes. A vertical trouxe informações sobre culturas específicas, desde hortaliças e frutas, até bovinos de corte e de leite, entre outras. Já a vertente transversal abrangeu a agricultura como um todo, abordando assuntos diversificados, como gestão empresarial, agronômica e mercado, além de dados sobre novas tecnologias, com destaque para IoT (Internet das Coisas), Big Data e blockchain. Os participantes ainda puderam conhecer o que há de mais moderno no mundo dos hardwares, como drones, sensores e leitores. Ao todo, foram mais de 30 painelistas e moderadores trazendo as ações mais modernas do setor.
O sucesso do evento já levou ao lançamento da segunda edição, que tem previsão para acontecer em setembro deste ano, na cidade de Campinas (SP). “Nosso grande diferencial é a abrangência. Em um mesmo local, os visitantes viram de perto as mais modernas soluções para o setor, tanto de empresas consolidadas no mercado quanto de startups. Tiveram, também, a oportunidade de acompanhar ações inovadoras e os resultados de pesquisas desenvolvidas na Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado de São Paulo, e ainda assistiram a palestras e bate-papos sobre vários assuntos relacionados à inovação com representantes de diferentes segmentos”, descreve o secretário da SAA, Deputado Arnaldo Jardim.
Jardim complementa ainda destacando a atuação de 12 times de cinco programadores, makers, técnicos, marqueteiros, empreendedores e engenheiros que apresentaram soluções para os desafios tecnológicos lançados pelos próprios agricultores diante de suas necessidades, na primeira edição do Hackathon Agrifutura. O grupo vencedor, CampoTracker, apresentou solução para a área de comercialização de produtos. O objetivo do projeto foi minimizar fraudes por meio de monitoramento individual de produto, utilizando sistemas de RFID em embalagens. A ideia é que o rastreio seja feito desde a fabricação até a entrega ao produtor rural, permitindo assim a garantia de procedência e controle de qualidade do produto. Utilizando sensores, é possível monitorar e identificar possíveis violações, registrando a etapa em que ocorreu. Além disso, é possível alertar o produtor, e demais envolvidos no processo, sobre retiradas indevidas em seu depósito, bem como gerenciamento e controle de estoque ao longo da cadeia, gerando informações mercadológicas em todo o processo.
A equipe EcoMarket ficou com o segundo lugar e a turma Feira Livre ganhou o prêmio em terceiro lugar. Ambas as equipes escolheram como tema a comercialização. Os demais temas eram Controle de pragas e doenças, Clima e Extensão rural.
Já a mostra de startups, que aconteceu paralelamente em um ambiente próprio, contou com a presença das seguintes empresas: AEGRO, AgriGIS, AGRISHARE, ArrobaTec, Certilogis, CowMed, DropScope, Flora, GoGreen Solutions, IN CHEMISTRY, IotSpace, Irricontrol, iSolis Brasilis , Libélulas, MasterPlanti, Milpa, MVISIA, Neger Tecnologia, Pragas, Rural Sale, SciCrop, SensaIoTech, Sintecsys Agtech, SpecLab.
Para Carlos Henrique Paes de Barros, integrante da SAA e organizador do Agrifutura, o projeto deixou de ser apenas um evento, para se tornar um movimento em prol da inovação e da tecnologia nos campos paulistas. A primeira edição teve a chancela de nomes de peso: SP Ventures, BNDES, Banco do Brasil, Desenvolve SP, Inseeds, Performa, Fapesp e outros investidores sedentos pelas descobertas de inovação e tecnologia. John Deere, Bayer, Coopercitrus, Sistema Ocesp e Sicoob foram outras marcas que acreditaram no projeto.
Durante a cerimônia de abertura, o representante da área de Indústria e Serviços do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Rafael Vizeu Mancuso, lançou o projeto chamado Piloto BNDES IoT, uma linha de crédito de recursos não reembolsáveis que deve financiar projetos-piloto de internet das coisas. De acordo com Mancuso, a iniciativa deve atender em especial o setor agro e o ambiente rural.
Já Guto Ferreira, Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, destacou em seu discurso que a Inovação no Agronegócio, tema principal do Agrifutura 2018, encontra direta convergência com as diretrizes defendidas pela ABDI, a partir de junho de 2016. A ABDI se posiciona como um dos agentes estratégicos da indústria 4.0 no país e apoia eventos, ações e projetos de estímulo à inovação nos diversos setores, entre eles o agronegócio. “Tendo como ponto de partida o encontro das mais avançadas tecnologias digitais, o Agrifutura propõe mostras das inovações que já estão disponíveis e que trazem competitividade ao empreendedor rural, além de promover uma estreita integração com as soluções propostas pelas startups. Assim, o Agrifutura é, sem dúvida, um fórum imprescindível não só para discutir, mas também para apontar novos caminhos rumo ao ganho de eficiência produtiva e à ampliação da competitividade do agronegócio brasileiro. Essa é a rota para um Brasil 4.0”, destaca.