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Mais competitivo no país, etanol já “rouba” mercado da gasolina

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Os preços da gasolina nos maiores patamares da história do país desencadearam uma reorganização do mercado de combustíveis neste ano. Buscando reduzir os gastos, os motoristas que têm carro flex estão preferindo abastecer os automóveis com etanol, combustível que se tornou muito mais competitivo que a gasolina nos últimos meses. Essa mudança de comportamento provoca não apenas uma redução no consumo de gasolina, mas também a diminuição das importações do produto.

Segundo levantamento da consultoria Datagro, a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), o Brasil reduziu o volume importado de gasolina pura (A, ainda sem adição do etanol anidro) em 31,5% nos sete primeiros meses do ano. Foram importados 210,7 milhões de litros entre janeiro e julho, ante 321,3 milhões de litros no mesmo intervalo de 2017.

A redução fez o país economizar US$ 148 milhões na importação do combustível fóssil, uma vez que foram gastos no período pouco mais de US$ 1 bilhão com as compras, ante mais de US$ 1,1 bilhão de janeiro a julho de 2017.

“A redução da importação de gasolina reflete a falta de dinamismo da economia, mas principalmente uma maior substituição de gasolina C [vendida nos postos, já misturada com 27% de etanol anidro] por etanol hidratado”, afirma Plinio Nastari, presidente da Datagro.

O biocombustível tem ficado mais atrativo não apenas por causa dos preços recorde da gasolina, mas também porque a oferta de etanol está aumentando.

Para a média da frota flex brasileira, o etanol é mais vantajoso quando seu preço está abaixo de 70% do valor da gasolina. No último levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), feito entre 5 e 11 de agosto, o etanol apareceu nos postos de São Paulo (maior Estado consumidor) com preço equivalente a 58,3% ao da gasolina – a menor relação de preços desde setembro de 2010, segundo a Datagro. Conforme a consultoria, em cidades como Araçatuba e Ribeirão Preto, essa relação caiu abaixo de 50%.

O etanol tornou-se mais competitivo nos principais Estados consumidores entre abril e maio. Como resultado, o consumo de etanol hidratado no primeiro semestre deste ano superou em 38,4% o do mesmo período de 2017, alcançando 8,085 bilhões de litros.

Como o consumo de combustíveis está em queda neste ano, o aumento da demanda por etanol “roubou” uma parcela relevante das vendas de gasolina. Segundo a Datagro, a participação do etanol (tanto o hidratado como o anidro, misturado à gasolina) no consumo de combustíveis (“ciclo Otto”) foi de 41,2% ante uma média de 38,2% em 2017 e de 39,4% em 2016.

Para Nastari, as vendas de etanol hidratado devem continuar crescendo até o fim do ano por causa da maior competitividade do biocombustível, roubando mercado da gasolina e limitando ainda mais as importações. “A participação [do etanol] no ciclo Otto deve chegar perto de 42%”, afirmou. Se confirmada, essa participação deverá ser a maior desde 2015. (Valor Econômico)

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