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Importação da gasolina deve cair no Brasil

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a fiscalização de fraudes em bombas e a análise dos combustíveis dos postos de Ribeirão Preto estão atrasadas.
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A guerra comercial entre Rússia e Arábia Saudita no início do ano e a queda brusca no consumo de gasolina, que ainda amarga uma queda de 50% por conta do isolamento social causado pela pandemia do Coronavírus, impactou o cenário de importação deste combustível, que segundo Ricardo Mussa, CEO da Raízen, deve fazer com que o Brasil continue autossuficiente na produção.

Leia também: Cenário é complicado para as usinas, afirma presidente da Raízen

O Brasil em uma situação normal é um importador tanto de diesel quanto de gasolina. Dados da agência reguladora ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) apontam que as importações de gasolina do Brasil cresceram cerca de 60% em 2019 ante 2018, para 4,8 bilhões de litros, e seguiram crescentes no primeiro trimestre de 2020.

No entanto, o país vive um momento em que não precisa importar gasolina. Segundo Mussa, em live promovida pelo Valor Econômico, como distribuidora de combustíveis, a Raízen está de olho na política de preços da Petrobrás e na arbitragem.

“A gente operar em um setor como esse e trazer muito produto importado com esse câmbio é difícil. Temos que ter uma sofisticação maior de mecanismos financeiros para poder se proteger, sempre tendo o risco de a Petrobrás não acompanhar essa variação no mesmo momento, como acontece agora. Ela demorou um pouco mais para repassar a baixa nos preços, na nossa visão, e agora, na alta a gente vê uma defasagem no mercado internacional, então isso cria uma série de riscos envolvidos no processo”, avaliou o CEO da Raízen.

Em curto prazo a visão da companhia é que se reduza a importação da gasolina com o Brasil sendo mais autossuficiente na produção. Mesmo assim, o executivo afirmou que a companhia, se os preços internacionais se mostrarem mais competitivos, terão flexibilidade para importar mais gasolina.

Leia também: Pós-pandemia: CEO da Raízen vê grande futuro para etanol

“Temos de manter sempre essa opção na mão, mas acredito que o nível de importação deverá reduzir bastante. Acho que o mercado está se adequando a nova realidade. Dependerá muito da recuperação. Hoje quando olhamos para a gasolina, vemos um mercado mais balanceado e não precisando de importação”, afirmou.

Arnaldo Correa, da Archer Consulting, apesar de não ter dados sobre a importação de gasolina atual, diz que crê em uma redução também. “Estamos estimando uma queda de 9,35% no consumo do Ciclo Otto para 2020”,

Aumento da informalidade

A informalidade na venda e combustíveis é um problema para o segmento que, segundo o executivo da Raízen, se acentua conforme a piora do cenário econômico.

“Você passa a ter players no mercado que em situação de dificuldade econômica acabam usando de artificio não legais. Toda vez que temos uma crise economia, a tendência é que a informalidade aumente principalmente dentro do nosso setor. A situação econômica mais do que o cenário de petróleo caro, barato ou câmbio, é que leva a uma informalidade maior”, disse.

Ainda de acordo com Mussa, a redução dos impostos reduziria a sonegação. “A carga tributária sendo do tamanho que é, facilita ou motiva mais a sonegação. Infelizmente, deveremos ver um aumento da informalidade no momento de crise a não ser que o governo aumente a alavancas de fiscalização, o que acho que tem se provado que não é efetiva dos últimos anos”, disse.

O setor de combustíveis é um dos maiores arrecadadores de impostos do Brasil e nesse momento, em que o país precisa de recursos para combater a crise, Mussa acredita que seria um ponto fundamental para e o governo focar. “No entanto, infelizmente a crise vai alavancar isso.”

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