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“Empresa de Valor”: para Copersucar, investimento gosta de estabilidade

RIBEIRAO PRETO, SP - 19 ABRIL: Funcionarios da Copersucar, trabalham no Terminal Intermodal, em Ribeirao Preto, em 19 de abril de 2016. (Foto: RENATO STOCKLER)
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Protagonista em diversos investimentos em infraestrutura e em comercialização de commodities, a Copersucar, que tem 20 empresas sucroalcooleiras como sócias, concluiu o turbulento ano-safra de 2020/21 com resultados financeiros recordes.

Mesmo assim, a companhia, eleita “Empresa de Valor” pelo prêmio “Valor 1000”, entende que a estabilidade é um elemento chave para que o Brasil aumente o nível de investimentos e retome o crescimento.

“Os investimentos gostam de estabilidade: estabilidade macroeconômica, estabilidade de regras, contas públicas sob controle, inflação sob controle e taxa de câmbio estável e em nível adequado”, sustentou João Teixeira, presidente da multinacional brasileira, que possui um portfólio de ativos globais nos setores de açúcar e etanol. Para Teixeira, que também já atuou no mercado financeiro ao dirigir o Banco Votorantim, os elementos listados são “pré-condições macroeconômicas” que podem abrir novas “oportunidades” para o país.

Apesar das instabilidades que marcaram a última safra sucroalcooleira, a Copersucar alcançou no período uma receita líquida recorde de R$ 38,7 bilhões. O resultado foi fruto de uma movimentação também recorde de açúcar de suas associadas e de outras usinas do Centro-Sul, e do intenso uso de seu terminal no Porto de Santos para apoiar também o escoamento de grãos para exportação, em um ano em que o câmbio deu forte impulso aos exportadores de commodities.

Em uma década, a receita da companhia mais do que triplicou, mesmo com uma redução no número de usinas sócias. Também o lucro líquido na safra passada, de R$ 375 milhões, foi recorde para a Copersucar, e três vezes maior que o da safra anterior.

Os resultados representam uma consolidação do ciclo de expansão que marcou a história recente da companhia. Seu principal ciclo de investimentos ocorreu na década passada, quando o grupo investiu no Terminal Açucareiro Copersucar (TAC), localizado no porto de Santos, no terminal de tancagem de etanol de Paulínia, no etanolduto por meio de sua participação na Logum e ainda no mercado americano de etanol por meio da Eco-Energy.

Também marcou sua trajetória recente a constituição da maior trading de açúcar do mundo, a Alvean, na qual a Copersucar teve sociedade com a americana Cargill até 2021. Neste ano, a brasileira comprou a participação da sócia e assumiu todas as ações do negócio.

Para contornar as instabilidades provocadas pela pandemia, que atingiram em cheio o mercado de combustíveis, no qual atua, a companhia voltou suas baterias na safra passada para a exportação de açúcar, um mercado com demanda relativamente inelástica, e no qual o Brasil voltou a se destacar nos últimos dois anos, na esteira da redução da participação de outros países. “Com muita flexibilidade e capacidade de adaptação, fomos capazes de superar todos os desafios da safra 2020/21, que foi fortemente afetada pela pandemia”, disse Teixeira.

Apesar do foco no mercado de açúcar, a companhia continua apostando no etanol como uma alternativa de baixo carbono para a mobilidade. Atualmente, a Copersucar é a maior emissora de Créditos de Descarbonização (CBios), que são os títulos do primeiro mercado de carbono regulado no Brasil, o RenovaBio, atrelado à venda de biocombustíveis.

A negociação de CBios teve início na B3 no ano passado. A pressão provocada pela pandemia na demanda por combustíveis impactou o programa e fez o governo cortar as metas de 2020 de compra dos títulos atribuídas às distribuidoras de combustíveis, para 14,9 milhões de CBios. No ano, a Copersucar colocou à disposição do mercado 3,1 milhões de títulos, e das negociações na bolsa, respondeu por 18% do volume transacionado, que totalizou R$ 600 milhões.

Neste ano, a companhia deve continuar acompanhando o crescimento desse mercado. Em junho, a Copersucar já tinha à disposição mais de 5 milhões de CBios, enquanto a meta das distribuidoras para 2021 é de 24,9 milhões. O desafio será acompanhar o aumento das metas no longo prazo, dado que, já para 2022, a meta para as distribuidoras será 37% maior, de 34,2 milhões de CBios, o que deve demandar ampliação da oferta de biocombustíveis.

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