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Açúcar se mantém valorizado no mercado físico

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Por Mauricio Muruci

Risco climático com secas sobre as regiões produtoras de cana do Centro-Sul e Centro-Oeste do país continuam como vetor de suporte aos ganhos do cristal; Risco de geadas no fim de junho reforçam novos avanços para a média de curto prazo em julho.

O mercado de açúcar teve um mês de junho com novos ganhos para a média de negociação do cristal com até 150 Icumsa no mercado interno brasileiro. Pelo segundo mês consecutivo os ganhos anuais, já deflacionados, superam o nível dos 45%, se sobrepondo a um padrão de alta de 30% no ano observado sobre os primeiros quatro meses de 2021.

Parte destes ganhos é sim um carregamento estatístico frente as quedas observadas no ano anterior quando surgiu a crise da pandemia. Porém, já em 2021, somado a este vetor, temos a seca que abate os canaviais do Centro-Sul e Centro-Oeste do Brasil desde o início da segunda quinzena de fevereiro.

A quebra na safra de cana contrapõe cada vez mais o cristal 150 Icumsa com os demais derivados, como o açúcar VHP e o etanol hidratado, primeira e segunda opção das usinas na destinação da cana. Recentemente o etanol anidro tem ganhado mais força na fabricação, movimento que ocorre devido aos avanços na demanda da gasolina.

Já na transição de junho para julho o Centro-Sul ainda enfrentou a entrada de uma massa de ar polar pelo sul do país, a qual deve trazer novos impactos negativos sobre os canaviais da região entre o norte do PR e sul de SP. Mais uma vez, pelo vetor do clima, forma-se um suporte para novas valorizações nos preços dos derivados, entre eles o cristal com até 150 Icumsa, o qual deve ter uma média ao fim de julho na faixa dos R$ 118,00 a saca de 50 kg.

Neste contexto, analisando o comparativo histórico com dados já deflacionados, observamos que, em junho, o preço médio de negociação da saca de 50 kg de açúcar com até 150 Icumsa com base em Ribeirão Preto fora de R$ 116,33. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior houve uma alta de 45,31% frente a média de R$ 80,06 a saca, já deflacionada.

Apesar dos ganhos anuais fortes, na margem houve uma valorização na faixa de 1,21%, quando comparamos com a média de negociação de R$ 114,95 observada em maio de 2021. Ampliando a ótica de análise, vemos que o preço médio de junho deste ano se mostra 42,58% acima da média de preço para este período durante os últimos cinco anos, já deflacionada, que atualmente oscila ao redor de R$ 81,59.

No mês anterior os preços correntes haviam se mostrado 39,42% acima da média dos últimos cinco anos para o período que, até então, oscilava em R$ 82,45. Com isso, a média de preço dos últimos cinco anos entre maio e junho apresentou uma desvalorização de 1,04%, contrastando fortemente com o avanço observado na margem onde os preços correntes apresentaram uma alta de 1,21%. Com isto podemos interpretar que houve um distanciamento positivo da linha de preço em comparação com a média histórica praticados em junho embora a média histórica também tenha avançado no curto prazo.

Para o mês de junho a expectativa da SAFRAS & Mercado era de preços ao redor de R$ 118,00, que se posicionou 1,43% acima da média de preços efetiva do período em R$ 116,33. Já para o mês de julho a expectativa da SAFRAS & Mercado é de preços médios ao redor de R$ 118,00, que deve significar uma alta anual de 46%, um avanço na margem de 1,43% junto a um posicionamento 44% acima da média de preços dos últimos cinco anos para o mesmo período.

Por Mauricio Muruci, analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas. Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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