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Coronavírus, preços e muito mais; entenda a novela que vive o setor em 2020

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Apesar do momento complicado que o setor sucroenergético vive, com a queda dos preços e da demanda pelo etanol, a expectativa é que ações como a retirada do Pis/Cofins, a volta da Cide, o financiamento de estocagem, e depois disso, o retorno das atividades do país, serão capazes de tirar o setor da dificuldade em que ele se encontra hoje. Essa é a opinião de Alexandre Mendonça de Barros, sócio e consultor da MB Agro.
O cenário da saúde, da política, e o econômico  do mundo em 2020 todo não tem sido dos melhores. No setor sucroenergético, não é diferente. Para especialistas, o primeiro trimestre de 2020 tem sido uma verdadeira novela. No início de fevereiro, o preço do açúcar na bolsa de Nova Iorque chegou a 15,5 USc/lp, turbinado pela notícia da desastrosa safra na Tailândia. No entanto, os preços tanto da commoditie quanto do petróleo começaram a sofrer uma erosão devido à crise de coronavírus.
“Por final, chegou o grande cisne negro do dia 9 de março. A Rússia decidiu romper o pacto de restrição de produção entre eles e a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), com objetivo de pressionar o setor de xisto dos EUA”, relata Andy Duff, analista sênior do Rabobank Brasil.
Recentemente, e inesperadamente, segundo Duff, a Arábia Saudita resolveu abrir a torneira até o máximo. O preço de petróleo despencou na hora, caindo mais que 20%, arrastando açúcar junto para baixo.
O mix da safra
A safra 2019/20 foi marcada pela produção elevada de etanol, que foi maioria ante ao açúcar. No entanto, neste ano, a situação não deve se repetir. Muito pelo contrário, e por dois motivos, explica o analista sênior do Rabobank Brasil.
“Em primeiro lugar, a combinação de preços bons de açúcar e real desvalorizado em janeiro/fevereiro já deu espaço para muitas usinas travar preços excelentes para uma parte das safras 2020/21 e 2021/22. Isso já sugere um mix de mais açúcar para a safra nova.”
Numa suposição em que este cenário de preço baixo de petróleo não mude nos meses que vêm, um pano de fundo de petróleo (Brent) de USD 35/bbl junto com câmbio de R$4,70/USD implicaria um preço de gasolina na bomba no mercado local (São Paulo) em torno de R$3,70/l, bem abaixo do preço médio para 2019 de R$4,14/l, caso o repasse do preço de paridade de importação seja total, que não é garantida.
“Um preço na bomba deste nível pressionaria o preço de etanol para baixo. Nossos cálculos sugerem que mesmo com a queda do preço de açúcar em Nova Iorque, o açúcar continua até hoje (meio de março) parecendo com uma aposta melhor do que etanol”, acrescenta Duff.
Sendo assim, a situação é de alta volatilidade, com turbulência em todos os mercados. “Não sabemos como vai evoluir a crise de coronavírus. Ainda é difícil antever todos os impactos. Não sabemos se há possibilidade de uma reaproximação da Arábia Saudita e da Rússia, que poderia trazer a OPEP e a Rússia de volta à mesa de negociação, e assim, quem sabe, restabelecer o antigo pacto que até recentemente deu apoio aos preços”, salienta.
Recuperação dos canaviais e das unidades
Dados do Rabobank relatam que a respeito da produção, nota-se que as boas condições climáticas durante a entressafra poderiam levar a moagem a 600 milhões de toneladas no centro-sul em 2020/21. Em relação ao preço, dada toda a turbulência nos mercados nestes dias, o banco ressalta que é muito difícil fazer projeções.
“Continuamos com uma visão de um processo de polarização do setor. As empresas robustas vão continuar entregando resultados bons, e, para as empresas em dificuldades, a luta vai continuar. Mesmo se haver a dispersão de todos as nuvens que atualmente ficam por cima dos mercados em 2020/21 (coronavírus, briga entre os poderes do mercado de petróleo), sabemos que uma andorinha não faz verão”, finaliza.
Mas. Desse modo. Mas. Desse modo. Mas. Desse modo. 
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