Edição 188
Dicas e novidades
TECNOLOGIA OTIMIZA EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO E REFORÇA POTENCIAL PRODUTIVO DA CANA-DE-AÇÚCAR
A combinação de fertilizantes fluidos especiais para o tratamento nutricional da cana-de-açúcar tem sido apontada por pesquisadores como boa opção para quem busca agregar valor à produção. A tecnologia de fertilização fluida que tem como base a combinação de nitrogênio, fósforo e potássio, tem crescido e apresentado bons resultados em áreas de cana-de-açúcar do interior do Estado de São Paulo.
O pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Sandro Roberto Brancalião, está realizando estudos com o tratamento nutricional em áreas de cana-de-açúcar e explica que a prática tem o objetivo de melhorar a eficiência da adubação, com foco na interação do fósforo com os ácidos húmicos, tanto em cana planta quanto em soqueira. De acordo com o pesquisador, o tratamento com a tecnologia já está gerando bons resultados.
Sandro também aponta outras vantagens do manejo com fertilizantes fluidos, como o aumento da CTC do solo, que resulta em redução da fixação do fósforo e da lixiviação do potássio. Os resultados esperados com o tratamento são ganhos de produtividade e ganho de longevidade do canavial.
LENÇÓIS PAULISTA INOVA COM PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE PAPEL A PARTIR DA CANA
A primeira fábrica do Brasil a produzir matéria-prima para o papel a partir da palha da cana-de-açúcar foi instalada em Lençóis Paulista, SP. Mais de 60 empregos foram criados com a implantação da indústria na cidade. A empresa começou operando com apenas 25% da capacidade. Com o tempo a intenção é aumentar esses números de produção e de emprego.
O representante da empresa, Mário Welber, conta que foram muitos anos de pesquisa até conseguir desenvolver um método para extrair toda fibra de celulose contida na palha. “Foi a partir de 2009 que o grupo enxergou nisso uma oportunidade de mercado e de contribuição socioambiental. Em 2012, nós tivemos uma certificação da Universidade de Viçosa em Minas Gerais sobre a qualidade do nosso produto», conta.
Primeiro a palha é triturada e limpa, depois é acrescentado um produto que separa a fibra da celulose. A fibra é reidratada para ser transformada em uma pasta. É uma folha de fibra que servirá para as indústrias produtoras de papel fabricarem cartolina, jornal e papel higiênico. Todo processo é sustentável, não há emissão de poluentes e os produtos são biodegradáveis, ou seja, não agridem o meio ambiente.
Ainda não é possível saber o preço que a pasta vai ser vendida, mas Mário garante que será mais em conta do que pelos métodos tradicionais de se fazer papel com pinus e eucalipto. O grande ganho nessa história toda é do meio ambiente. “Nós precisamos trabalhar com os pés no chão e com os olhos no futuro. Se as indústrias começarem a inovar e colocarem na sua pauta a sustentabilidade, nós certamente vamos evitar muitos problemas lá adiante”, acredita Mário.
MICROALGAS SÃO O PRÓXIMO PASSO NA REVOLUÇÃO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
Entre as centenas de espécies de microalgas que analisa, o robô do laboratório da Embrapa Agroenergia, em Brasília, é programado para não perder nenhum detalhe. Essa seleção automática pode levar à próxima revolução no setor de biocombustíveis. Esses microorganismos crescem em qualquer tipo de água, acumulam biomassa mais rápido que as plantas terrestres, reproduzem-se o ano todo e em menor área de cultivo. E o óleo que acumulam pode virar o biocombustível mais eficiente do mundo.
“Nós vemos a microalga como uma biofábrica. Com a ajuda do robô, já identificamos cepas capazes de crescer em vinhaça e produzir biomassa com até 30% de amido”, diz Guy de Capdeville, da Embrapa Agroenergia.
A vinhaça é bastante usada para adubar o solo, mas com o tempo, deixa o terreno mais salino e acaba prejudicando a produção. “As microalgas reduzem a carga de sal da vinhaça e ainda produzem amido, que é matéria-prima para ser convertida em etanol”, explica.
BAYER REALIZA LANÇAMENTO OFICIAL DE SEU NOVO HERBICIDA
A Bayer realizou na última semana de fevereiro, na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, mais um evento de lançamento do Alion, herbicida da empresa desenvolvido especialmente pensando na cana-de-açúcar. Segundo a companhia, a tecnologia chegou para revolucionar o manejo de plantas daninhas na cultura.
“Seu mecanismo de ação inédito impede a germinação de plantas daninhas, inclusive as resistentes e de difícil controle. Por ter um residual prolongado, o Alion contribui para a sustentabilidade do negocio do produtor, minimizando a necessidade de repasse e contribuindo para a redução do consumo de água, maquinário e emissão de CO², além de otimização da mão de obra no trato das lavouras”, afirma Mauro Alberton, diretor de Marketing estratégico para culturas e portfólios da Bayer.
Na apresentação, Paulo Donadoni, gerente de Marketing estratégico para a cana-de-açúcar da Bayer no Brasil, explicou que o herbicida pré-emergente atua diretamente no sistema radicular das plantas daninhas, impedindo a sua germinação. “Dependendo das condições de infestação na lavoura, o produto poderá ser utilizado apenas uma vez no ano”, explica o gerente.