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Edição 197

Fórum – Com a assinatura do decreto de regulamentação do RenovaBio, o setor voltará a ter investimentos?

Publicado

em

Alisson Henrique

Natália Cherubin

A PARTIR DE 2020

“Os efeitos reais do RenovaBio só serão perceptíveis quando ele estiver funcionando efetivamente, o que deverá acontecer somente a partir de 2020. Contudo, como em Economia as expectativas geram muitos efeitos e os agentes econômicos buscam precificar antecipadamente as expectativas, acredito que o RenovaBio já esteja gerando efeitos positivos para o setor sucroenergético brasileiro. Estes efeitos estão mais vinculados a reversão da completa estagnação dos investimentos que estávamos vendo tanto nas usinas como nas indústrias e empresas que fornecem produtos e serviços para as usinas e produtores de cana.”

Ricardo Pinto, sócio-diretor da RPA Consultoria

SEGURANÇA A PARTIR DE 2020

“A partir de 2020 vamos ter a segurança de investimento. Os empresários vão esperar isso acontecer e vemos ter um novo ciclo de expansão. O RenovaBio está 60% concluído, mas acredito que muitos obstáculos surgirão pela frente até 2020. Os obstáculos são a definição das metas de redução de emissões de gases poluentes e o papel dos produtores de biocombustíveis nesse processo. A demanda de combustíveis do Ciclo Otto irá crescer dos atuais 53 bilhões de l por ano para 70 bilhões de l por ano, em 2030. Essa demanda precisa ser suprida pelo etanol, o RenovaBio será fundamental e isso precisa ser divulgado. Se ficarmos quietos, os 17 bilhões de l serão ocupados por gasolina importada, sujando a matriz.”

Pedro Mizutani, presidente do Conselho Deliberativo da Unica e vice-presidente de Relações Externas e Estratégia da Raízen

ANTES, IMPORTANTES DECISÕES DEVEM OCORRER

“A Lei 13.576 do RenovaBio é um grande marco para a sustentabilidade no Brasil e exemplo para o mundo. A assinatura do Decreto regulamenta as responsabilidades bem como os responsáveis pelas definições de metas e fiscalizações. Essa Lei vai premiar por meritocracia os combustíveis que tiverem mais eficiência energética e ambiental, não somente etanol, mas tbem biodiesel, biogás, biometano e bioquerosene.  E essa premiação por meritocracia deve sim gerar um incremento no consumo consciente e sustentável, e com isso gerar novos investimentos e empregos, além impostos para o País. Importante ressaltar que os biocombustíveis vão complementar à gasolina, gerando economia e um melhor aproveitamento das nossas reservas de petróleo e, menos poluição consequentemente. Obviamente, isso não será muito rápido, pois existem questões importantes à serem discutidas e definidas como as metas de descarbonização, os cálculos, as responsabilidades e as fiscalizações, que foram regulamentados pelo Decreto. Na minha visão, deve estar pronto para a safra 2019/20.”

Ricardo Junqueira, CEO da Usina Diana

CONFIANÇA EM INVESTIMENTOS

“É uma sinalização importante de longo prazo, que assim que for regulamentada, mostrará mais luzes no final do túnel, permitindo a volta da confiança e investimentos.”

Marco Fava Neves, professor da FEA/USP

QUANDO ESTIVER FUNCIONANDO NA PRÁTICA 

“Eu acredito que só haverá investimentos a partir de 2020, ano em que o setor sucroenergético poderá ver como funcionará o RenovaBio, tendo a segurança necessária para poder decidir como investirá com base na realidade da época. Essa prudência, que julgo que será generalizada entre todo o setor, visa evitar as falhas de um passado recente. O RenovaBio é um programa revolucionário, por ele ser necessário e urgente para o Brasil e o mundo. Já tem muita gente fora atento ao programa. Alguns países já buscam informações para copiá-lo. Todavia, o setor sucroenergético brasileiro espera ver objetivamente como o RenovaBio funcionará na prática. Existem muitas dúvidas ainda com relação a operacionalização deste programa e o segmento precisa ver primeiro isso para depois iniciar os seus respectivos investimentos.”

Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil Feplana

DEPENDE DA META DE DESCARBONIZAÇÃO

“A assinatura do decreto do RenovaBio pelo presidente Temer foi mais um passo na história do projeto. O ponto mais importante em todo esse processo é a definição da meta global de descarbonização. É ela que determinará o tamanho do mercado dos biocombustíveis ao longo do programa. A meta precisa ser factível em termos de produção, mas também arrojada a ponto de desafiar o setor a crescer e se tornar mais produtivo e competitivo. Assim, o investimento viria naturalmente.”

Mario Campos, presidente da Siamig

BOA EXPECTATIVA

“Já é perceptível a mudança de humor e a expectativa entre os profissionais do setor no que tange o Programa RenovaBio e seus benefícios. Estamos num momento crítico para o Programa porque algumas etapas da regulamentação ainda estão sendo trabalhadas. Somente neste momento será possível ter uma noção melhor do valor dos créditos de descarbonização (Cbios), assim como sua abrangência. Uma novidade interessante será a valorização das áreas de meio ambiente das unidades produtoras, uma vez que elas passarão a gerar receitas tangíveis. Outro ponto a ser considerado é a capacidade de reporting. Quem tiver sistemas de gestão mais eficientes sairá na frente. É importante ressaltar que o mercado físico de etanol continuará o mesmo. Investimentos na maior eficiência e redução de custos continuam sendo vetores importantes para a competitividade.”

Marcelo Moreira, sócio da Agroicone

DEPENDE DO GOVERNO

“Com o RenovaBio o setor terá mais segurança para investimentos dada a previsibilidade da produção e estímulo (CBIOs) para produzir o etanol com qualidade cada vez melhor – com menor emissão de gases poluentes. Seu funcionamento está previsto para 2020, mas dependendo do Governo, poderá haver antecipação desse prazo e consequentemente dos investimentos.”

Manoel Ortolan, produtor e presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de SP)

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