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Edição 199

Fórum – De quanto será a quebra da safra 2018/19?

Publicado

em

Alisson Henrique

 Natália Cherubin

CANA DE FINAL DE SAFRA SERÁ AFETADA

“Esse ano as chuvas tem se mostrado muito irregulares, sendo que em abril e início de maio não caiu uma gota na maioria das regiões produtoras de cana do Centro-Sul. Isto com certeza vai afetar principalmente as canas de final de safra que vão ter seu desenvolvimento bastante prejudicado, não sendo difícil prever uma antecipação do final de safra levando-se em conta também que o ritmo de colheita no início foi muito forte, como mostram os números da Unica das duas últimas quinzenas. Outra ponderação importante é que em função da seca de abril/início de maio, ficou comprometida uma parte do plantio da cana de 18 meses, o que vai com certeza atrapalhar a próxima safra.”

Alexandre Enrico Figliolino, da MBAgro

QUEBRA DE 10%

“Em virtude da seca, usinas e produtores com os quais tenho conversado relatam perdas para esta e para a próxima safra, em virtude de atraso de plantios também, estimada em 10%.”

Marcos Fava Neves, professor da FEA/USP

NÃO MUDA A PREVISÃO

“Choveu bem no período de doze meses da safra passada, entre abril de 2017 a março de 2018. Em abril de 2018 choveu abaixo da média. Então, por enquanto, não mudamos nossa estimativa de 585 milhões de t de cana para o Centro-Sul, pois nada relevante aconteceu para mudar esta estimativa.”

Julio Maria Borges, sócio-diretor da JOB Economia

563 MILHÕES DE T

“Esperamos uma moagem de 563 milhões de t de cana, queda de quase 3% ante a projeção anterior, de 580 milhões de t. O longo período sem chuvas ou com chuvas insuficientes nas principais regiões produtoras de cana do Centro-Sul tem provocado estresse no canavial que está seco e começa a preocupar os produtores. As quebras em algumas regiões pontuais são alarmantes. Há uma quebra média de 2,85% no volume a ser processado este ano, embora esse número ainda não seja conclusivo. O direcionamento da cana-de-açúcar no mix de produção das usinas também mudou. Anteriormente, a expectativa era que 41,4% da matéria-prima fosse destinada à fabricação de açúcar. Agora, a projeção é de 39,9%. Com isso também reduzimos a expectativa de produção de açúcar no Centro-Sul, de 30,5 milhões de t para 28,5 milhões de t. Por sua vez, a estimativa em relação ao etanol se manteve praticamente inalterada em 26,4 bilhões de l. Desse total, 11,4 bilhões de l são referentes ao etanol anidro e 15 bilhões de l são de etanol hidratado.”

Arnaldo Luiz Corrêa, sócio-diretor da Archer Consulting

5% A 10% MENOR

“A safra este ano no Centro-Sul está bem adiantada em relação ao ano passado, sendo que, segundo a Unica, até o dia 30 de abril deste ano tínhamos processado 42,7% mais cana do que em igual período do ano passado. Segundo as estimativas atuais, a safra deste ano deverá ter entre 5 e 10% menos cana que a do ano passado. Assim, com a safra andando mais rápido e havendo menos cana que no ano passado, tudo leva a crer que teremos uma safra acabando mais cedo no Centro-Sul, provavelmente em novembro de 2018.”

Ricardo Pinto, sócio-diretor da RPA Consultoria

QUEBRA SIGNIFICATIVA

A expectativa para a safra 2018/19 é um volume de cana menor para moagem em relação ao ciclo anterior (safra 2017/18). A produtividade agrícola (TCH) deve ser menor também. Acredito sim, em uma quebra significativa em relação ao estimado. Os números iniciais já demostram isso. A seca tem afetado muito o desenvolvimento dos canaviais. Em muitas áreas que acompanhamos a cana está raquítica (pouco desenvolvida) e até já presenciamos canaviais com aspecto de queima acentuado ocasionado pela seca e irregularidade das chuvas. Além disso, a idade do canavial está muito avançada devido ao baixo índice de renovação das lavouras, acarretado pela crise que o setor vem sofrendo nos últimos anos, e esse fator impacta diretamente no crescimento da produtividade agrícola. Dados de março e abril de 2018, das áreas que a Canaoeste acompanha, apontam 136 mm de precipitação contra 234 mm do mesmo período de 2017, uma queda de cerca de 40% e certamente isso refletirá no desenvolvimento das canas a serem colhidas, principalmente para aquelas colhidas do meio para o final da safra passada.”

Alessandra Ramos Durigan, gestora técnica da Canaoeste

DENTRO DO ESPERADO

“Até o momento a estimativa está dentro do esperado para áreas que vão ser colhidas até o meio de safra. No mês de junho vamos fazer uma outra avaliação da produtividade para analisarmos o impacto da falta de chuva nos meses de abril e maio e estimarmos a quebra de produtividade dos canaviais que vamos colher no final da safra.”

Lucas Kellner, coordenador de Qualidade Agrícola da Usina Diana

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