A Raízen, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, está considerando a venda de seu negócio de distribuição de combustível de aviação como parte de uma estratégia mais ampla para reduzir sua alavancagem. A informação foi divulgada pela Bloomberg, com base em fontes familiarizadas com o assunto.
De acordo com a reportagem, a companhia — uma joint venture entre a Shell e a brasileira Cosan — estaria trabalhando com o Bank of America para avaliar a possível transação. As fontes, que pediram anonimato por se tratar de uma negociação confidencial, estimam o valor do ativo em até US$ 200 milhões. Procuradas pela Bloomberg, Raízen e Bank of America não comentaram o tema.
A potencial venda ocorre em um momento de reestruturação profunda dentro da companhia, que busca racionalizar investimentos e se desfazer de ativos considerados não estratégicos. A alta das taxas de juros no Brasil tem pressionado os resultados financeiros da empresa, o que acelerou o plano de enxugamento.
Ainda segundo a Bloomberg, a Raízen também contratou o Itaú BBA para conduzir a venda de usinas de açúcar e etanol — processo noticiado pela agência no mês passado.
A empresa faz parte do grupo Cosan, controlado pelo empresário Rubens Ometto. O conglomerado vem enfrentando dificuldades para reduzir seus níveis de endividamento, especialmente após resultados desfavoráveis em alguns de seus investimentos, como a participação na mineradora Vale, vendida no início deste ano.