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Se políticas forem implementadas, setor sucroenergético sai do sufoco

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Apesar do momento complicado que o setor sucroenergético vive, com a queda dos preços e da demanda pelo etanol, a expectativa é que ações como a retirada do Pis/Cofins, a volta da Cide, o financiamento de estocagem, e depois disso, o retorno das atividades do país, serão capazes de tirar o setor da dificuldade em que ele se encontra hoje. Essa é a opinião de Alexandre Mendonça de Barros, sócio e consultor da MB Agro.

Por Natália Cherubin

Apesar do momento complicado que o setor sucroenergético vive, com a queda dos preços e da demanda pelo etanol, a expectativa é que ações como a retirada do Pis/Cofins, a volta da Cide, o financiamento de estocagem, e depois disso, o retorno das atividades do país, serão capazes de tirar o setor da dificuldade em que ele se encontra hoje. Essa é a opinião de Alexandre Mendonça de Barros, sócio e consultor da MB Agro.

Ontem, 16, durante Live realizada pela Aqua Capital, em conversa com Rodrigo Rodrigues, CEO da Sementes Campeã, investida do fundo Aqua, Mendonça de Barros se mostrou bastante positivo em relação ao agronegócio brasileiro, mesmo no momento de Pandemia.

Mendonça de Barros: “Estou mais otimista e mais construtivo com essa recuperação de demanda mais adiante, mas teremos que esperar uns três ou quatro meses, pelo menos, de carrego de estoques, de volume de capital muito alto para essa operação parar em pé

Sobre o setor sucroenergético, disse que o momento, de fato, é difícil para o segmento – após a queda do preço do petróleo e do volume do consumo de combustíveis – mas acredita que as ações paliativas buscadas pelo governo poderão suavizar o impacto.

“O setor vive agora o pior momento de formação de preços, mas o governo está atento. O setor se mobilizou, as lideranças são competentes. Nossa ministra tem tido um desempenho extraordinário, identificando o problema”, disse.

Segundo o especialista da MB Agro, ao eliminar Pis/Cofins por um tempo, sobraria algo em torno de R$ 13 centavos a mais para o usineiro e 11 centavos a mais o consumidor, ou seja, haveria uma compensação ao não se cobrar este imposto.

“Temos ainda uma discussão de linhas de crédito para financiar os estoques de etanol a juros baixos e a outra solução seria subir a Cide, um imposto colocando sobre o litro de gasolina, o que induziria o consumo de etanol, ajudando a recuperação de preços. Se essas três medidas forem implementadas a tempo, nos próximos 15 dias, acho que o setor sai do sufoco”, afirmou o Mendonça de Barros.

Mix de açúcar vai subir muito

Mesmo com todas as medidas entrando em operação, o consumo de combustíveis ainda será menor, o que tende a ser balanceado com o mix das unidades sucroenergéticas, que será muito mais açucareiro. De acordo com estimativa realizada pela MB Agro, como parte das usinas conseguiu vender bem seu açúcar, o mix deverá ser acima de 44%, o que significa algo em torno de 36 milhões de t açúcar, com uma redução importante na oferta de etanol.

Mesmo que executadas todas as medidas, não vai ser um ano brilhante, mas acredito também que o setor vai deixando para trás esse pior momento de largada de safra.

“Em tese, se aguentarmos carregar este estoque e o mundo voltar ao normal no prazo de um ano, a gente absorve isso. Diminuindo a produção e consumo, consegue-se montar uma equação de equilíbrio. Provavelmente, o petróleo não vai ficar assim para sempre. O mundo ocidental volta a circular, o petróleo tende a se recuperar e a gasolina sobe de preço. Acredito em um cenário mais construtivo para frente”, afirma Mendonça de Barros.

Mesmo com um mercado de açúcar muito bom, o especialista da MB Agro disse que é muito importante que as políticas que estão sendo pensadas para o setor sejam executadas o mais rápido possível.

Leia também: Coronavírus causa impacto em usinas de etanol de milho no Brasil

“Mesmo que executadas todas as medidas, não vai ser um ano brilhante, mas acredito também que o setor vai deixando para trás esse pior momento de largada de safra. Estou mais otimista e mais construtivo com essa recuperação de demanda mais adiante, mas teremos que esperar uns três ou quatro meses, pelo menos, de carrego de estoques, de volume de capital muito alto para essa operação parar em pé”, afirmou.

Coronavírus e o Agro

Sobre o Coronavírus, Mendonça de Barros disse que o Brasil está aprendendo muito rápido sobre a doença e que não teria como não ter feito o isolamento social das pessoas. Por outro lado, acredita que o fim da paralisação está próximo.

“Acho que a gente conseguiu achatar a curva e está aprendendo como conviver socialmente. O uso de máscaras mais outros cuidados vão fazer com que possamos ir voltando e recuperando a economia, mas obviamente tem que acompanhar porque a doença tem uma característica exponencial. Teremos que mudar o comportamento para que não tenhamos que parar de novo. Algumas pessoas tem certa ilusão de que não temos um problema, uma certa negação, mas o agro está fazendo um trabalho espetacular. Nunca vi um movimento como o que estamos vendo. Nosso setor vem respeitando as normas e atuando de forma incrível”, disse.

Ele terminou sua fala dizendo que o setor do agronegócio sairá da pandemia do coronavírus mais fortalecido, como sua imagem também diferente para o Brasil. “Talvez seja um momento de transformação na percepção do brasileiro para com o esse setor. Não só no país como também no mundo”, conclui.

Assista Live completa realizada pelo Aqua Capital:

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