Quatro unidades de cogeração de energia da francesa Tereos no Brasil podem, a partir de agora, comercializar certificados i-REC, negociados como créditos de carbono relacionados à geração de eletricidade no mercado voluntário internacional.
A certificação i-REC garante que cada megawatt-hora gerado por uma unidade evitou a emissão de 60 mil toneladas de carbono caso a mesma energia tivesse sido gerada por fontes fósseis. O selo não distingue a origem da energia renovável.
É também a ferramenta mais buscada por empresas que desejam compensar as emissões atreladas ao seu consumo de energia – que normalmente entram no escopo 2 das emissões contabilizadas no protocolo internacional GHG. Nem sempre as empresas sabem qual é a origem da energia que consomem, o que as leva a recorrer ao mercado desses certificados para garantir o cumprimento de metas voluntárias.
A comercialização dos i-REC ocorre de forma bilateral, mas os compradores precisam registrar as compras em uma plataforma internacional para garantir a operação. O valor dos certificados tem alta volatilidade, já que é um mercado voluntário.
O motivo principal da certificação veio da demanda de clientes que já compram energia da Tereos no mercado livre e que buscam geradoras que possam garantir o caráter renovável dessa geração, diz Gustavo Segantini, diretor comercial da Tereos. “Alguns clientes só compram energia de quem tem i-REC”, afirma. Segundo o executivo, a demanda tem aparecido tanto entre grandes múltis quanto em indústrias locais.
“O mercado de i-REC não gera hoje um grande benefício em vendas para a empresa. É mais uma garantia de que a geração está alinhada a baixo carbono”, observa.
A certificação concluída no último mês permitirá à Tereos vender 1,75 milhões de iRECs, referentes à energia comercializados na safra passada. Com a certificação das quatro unidades de cogeração da Tereos, sobe para 17 o número de unidades de geradoras a biomassa detentoras do certificado.