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Centro-Sul do Brasil deve ter menor moagem de cana em 5 anos, diz Datagro
O centro-sul do Brasil, maior região produtora de açúcar do mundo, deve ter a menor moagem de cana em cinco anos na nova safra que começa em abril, conforme plantações mais velhas levam a um menor rendimento, avaliou a consultoria Datagro nesta quarta-feira.
O presidente da Datagro, Plínio Nastari, disse em apresentação durante um seminário em Ribeirão Preto (SP) que as usinas do centro-sul devem moer apenas 577 milhões de toneladas de cana no ciclo 2018/19, ante estimativa revisada de 597 milhões de toneladas para a temporada anterior.
Se confirmado, esse seria o menor nível de moagem para a região desde a safra 2014/15, quando foram processadas 573 milhões de toneladas.
“A renovação de plantações de cana tem estado longe do ideal. Os canaviais estão velhos, têm em média mais do que 3,7 anos”, disse Nastari, acrescentando que a safra sofreu com uma seca no fim do ano passado.
Chuvas recentes não foram suficientes para compensar o potencial de produção perdido, ele observou.
A Datagro projeta que o centro-sul produzirá 31,6 milhões de toneladas de açúcar em 2018/19, bem abaixo da produção de cerca de 36 milhões de toneladas na temporada anterior.
Nastari espera que a produção de etanol suba para 26,7 bilhões de litros em 2018/19, comparado com 26,15 bilhões previstos para a safra anterior, com as usinas destinando mais cana para a produção do biocombustível por preços melhores e forte demanda local.
“Há uma clara vantagem na destinação pelas usinas de mais cana para a produção de etanol”, disse Nastari, que estima que os valores atuais do etanol sejam equivalentes a um preço virtual para o açúcar bruto em Nova York em torno de 17 centavos de dólar por libra/peso.
O primeiro contrato do açúcar bruto era negociado a cerca de 12,78 centavos nesta quarta-feira.
Nastari disse que as usinas brasileiras estão se ajustando para alcançar uma maior flexibilidade de produção, aumentando ou reduzindo o mix de cana para a produção de açúcar ou etanol, de acordo com os níveis dos preços e a demanda do mercado. (Reuters)
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