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Dono de grupo sucroalcooleiro é o maior doador de campanhas eleitorais

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Após quase um mês do início da campanha eleitoral, quatro empresários têm se destacado como maiores doadores: Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do conselho de administração da Cosan, que atua nas áreas de energia e infraestrutura; Rubens Menin, presidente do conselho de administração da MRV Engenharia, da construção civil; Carlos Jereissati, do Shopping Iguatemi; e José Salim Mattar, da locadora de automóveis Localiza.

Ometto doou R$ 3,6 milhões para 28 candidatos, a maioria da bancada ruralista, e um partido, o MDB, que recebeu R$ 400 mil. O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), ex-secretário de Agricultura de São Paulo e presidente da frente parlamentar do setor sucroenergético, foi o principal beneficiado, com R$ 250 mil.

O valor gasto é maior do que seis partidos nanicos terão do fundo eleitoral para dividir entre todos os seus candidatos. O PRTB do candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, terá só um pouco a mais, R$ 3,7 milhões. Apesar disso, o montante não chega nem perto de 2014, quando a Cosan doou R$ 30 milhões. Só a presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu R$ 4 milhões.

Nesta eleição, Ometto deu R$ 200 mil para os deputados federais Sergio Souza (MDB-PR e Ricardo Barros (PP-PR), para o deputado estadual Edmir Chedid (DEM) e para Pedro Lupion (DEM), filho do ex-deputado Abelardo Lupion que tenta pela primeira vez chegar à Câmara. Outros 24 candidatos a senadores, deputados estaduais e federais receberam de R$ 50 mil e R$ 150 mil.

A única candidatura fora do Legislativo que recebeu ajuda de Ometto até agora foi a do senador Ronaldo Caiado (DEM), expoente ruralista que disputa o governo de Goiás e ficou com R$ 100 mil. Adversário dele, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que concorre ao Senado, recebeu igual quantia. Ometto e a Cosan disseram, em nota, que as doações foram em caráter pessoal e seguem as regras da Justiça Eleitoral.

Outra ala da família, que comanda o São Martinho, também do setor sucroalcooleiro, fez doações menores. Marcelo Ometto e João Guilherme Ometto, presidente e vice-presidente do conselho de administração, contribuíram com R$ 50 mil para a campanha a deputado federal de Ricardo Salles (Novo), ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo e fundador do movimento Endireita Brasil, e R$ 40 mil para Arnaldo Jardim. Eles disseram que as doações foram em caráter estritamente pessoal e em observância à legislação e Código de Conduta da empresa.

Menin, da MRV Engenharia, distribuiu R$ 2,1 milhão entre 13 candidatos e diretórios estaduais, quase todos de Minas Gerais, onde é a sede da empresa. Os dois únicos candidatos de fora são, justamente, os que mais ganharam: os exministros das Cidades e deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que disputa a reeleição, e Bruno Araújo (PSDB-PE), que concorre ao Senado. Ambos estiveram a frente do programa “Minha Casa, Minha Vida”, onde a empresa tem forte atuação, e receberam R$ 250 mil.

Maria Fernanda Menin, diretora jurídica da MRV, doou mais R$ 404 mil para a candidatura do senador Antônio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas e Rodrigo Pacheco (DEM) ao Senado. Rafael Menin, diretor de uma das regiões onde a empresa atua, doou mais R$ 200 mil para Pacheco. A MRV afirmou que as doações foram pessoais e que não pode se manifestar.

Jereissati doou R$ 1,6 milhão para sete candidatos: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), com R$ 500 mil cada; o deputado Onyx Lorenzoni (DEM), coordenador do programa de governo de Bolsonaro, com R$ 200 mil; e deputados estaduais e federais do Piauí e Ceará. O filho dele, Pedro, repassou R$ 200 mil para os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Mendonça Filho (DEM-PE).

Mattar chegou cogitar concorrer ao governo de Minas Gerais pelo Novo, mas desistiu e nem se filiou ao partido. Decidiu participar da eleição com apoio financeiro a candidatos e gastou R$ 1,7 milhão até o momento. Os maiores beneficiados foram Ferraço, Ricardo Salles, Maia e o empresário Romeu Zema, candidato ao governo de Minas pelo Novo. (Valor Econômico)

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