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Raízen consegue preço melhor em vendas antecipadas de açúcar

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A Raízen Energia fixou preços de venda do açúcar que vai exportar na próxima safra em níveis acima dos atuais, indicando uma reação das vendas do produto após um prolongado período com cotações pressionadas. No fim do terceiro trimestre da safra atual (2018/19), a companhia havia fixado as vendas de 1,6 milhão de toneladas de açúcar a um preço médio equivalente a 57,10 centavos de reais por libra-peso – já considerando a proteção cambial e o prêmio de polarização, referente à qualidade do produto.

Esse valor é cerca de 15% superior aos preços atuais, destacou Philipe Casale, gerente de relações com investidores da Cosan – sócia da Shell na Raízen -, em teleconferência de resultados na sexta-feira.

A Cosan não divulgou perspectivas de desempenho da companhia sucroalcooleira por estarem em andamento a oferta pública de aquisição de ações da Comgás e a emissão de recebíveis do agronegócio (CRA) pela Raízen.

Casale afirmou que a produção de açúcar do país na próxima temporada segue indefinida porque “ainda há incerteza sobre o tamanho da próxima safra” canavieira do Centro-Sul, dadas as incertezas climáticas e a tendência de mix produtivo das usinas. Porém, o executivo destacou que há consultorias prevendo déficit de oferta global. “Usualmente, isso gera oportunidades e melhor rentabilidade”, disse o executivo. Desde o início da safra atual (2018/19) até o fim do último trimestre, o faturamento da Raízen Energia com açúcar sofreu forte queda devido tanto à redução do volume vendido no período quanto à queda dos preços.

No acumulado dos três primeiros trimestres, a receita da empresa com açúcar caiu 52,1%, para R$ 2,3 bilhões. A receita líquida total da companhia só teve crescimento expressivo no período por causa da incorporação dos resultados da trading de energia WX e da comercialização de outros produtos. No acumulado da safra, a receita operacional líquida da Raízen Energia subiu 49,3%, para R$ 15,3 bilhões.

Ainda assim, os maus resultados com açúcar foram a razão atribuída pela Cosan para a queda de 6% no lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Raízen Energia no 3º trimestre, para R$ 835 milhões. No acumulado da safra, o Ebitda ajustado caiu 3,7%, a R$ 2 bilhões.

Casale, contudo, disse que a companhia decidiu concentrar a maior parte das vendas de açúcar neste 4º trimestre da safra, o que deve melhorar os resultados do negócio no encerramento do ciclo. No fim do último trimestre, a Raízen Energia tinha um estoque de açúcar avaliado em R$ 1,4 bilhão. O gerente de relações com investidores da Cosan ressaltou que a joint venture concluiu no último trimestre investimentos em armazenagem em algumas usinas, que vão aumentar a flexibilidade da companhia para esperar uma rentabilidade melhor.

A Raízen Energia teve lucro líquido de R$ 447,3 milhões no 3º trimestre da safra 2018/19, um crescimento de 152% na comparação com o mesmo período da temporada passada, apesar do desempenho mais fraco com o negócio de açúcar e etanol.

Com a incorporação dos resultados da trading de energia WX e com um forte desempenho de trading de derivados, a receita da companhia alcançou R$ 5,7 bilhões no trimestre, ante R$ 3,3 bilhões um ano antes, uma alta de 74,3%.

A receita com vendas de açúcar, porém, recuou 57%, para R$ 565,1 milhões, enquanto as vendas de etanol renderam R$ 2,5 bilhões, avanço de 47%.

Em compensação, as atividades de trading de energia e de derivados também resultaram em forte aumento dos custos com vendas, que dobrou na comparação anual, para R$ 5,2 bilhões.

Também cresceram os custos dos produtos sucroalcooleiros, já que a quebra da safra de cana impediu sua diluição e ainda houve valorização do diesel no período. Dessa forma, o custo em açúcar equivalente aumentou 13%, para R$ 680 por tonelada.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cedeu 6%, para R$ 842 milhões, refletindo os menores preços e volumes do açúcar vendido no trimestre.

O resultado líquido foi favorecido por uma redução de 55% na despesa financeira no trimestre, para R$ 49,6 milhões, devido à queda do dólar no período. Apenas a variação cambial diminuiu o saldo líquido das despesas financeiras em R$ 89,3 milhões.

Texto extraído do portal Siamig

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