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Crise pode acelerar queda da taxa de juros, diz Banco Central

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O Palácio do Planalto comemorou a ata do Copom (comitê do Banco Central que define a política monetária) que indica uma aceleração no corte da taxa de juros.
 
Segundo assessores presidenciais, o documento do Banco Central sobre a mais recente reunião do Copom, quando os juros caíram 0,25 ponto percentual, é uma "notícia positiva" de que a partir de agora "há mais espaço para cortar mais" a taxa Selic, referência para o mercado.
 
A expectativa tanto do governo como do mercado é que os juros, hoje em 13,75% ao ano, possam sofrer uma redução de 0,50 ponto percentual na próxima reunião do órgão do BC, em janeiro.
 
Na ata divulgada nesta terça-feira (6) sobre a reunião do Copom realizada na semana passada, o Banco Central diz que "é razoável esperar uma intensificação do processo de flexibilização monetária caso a atividade econômica não dê sinais mais claros de retomada, posto que nesse caso as projeções de inflação devem se reduzir".
 
Dentro do governo, a avaliação é que a política do BC, que vinha sendo criticada nos últimos dias por causa da demora na recuperação econômica, teve a vantagem de "abrir mais espaço" para reduzir os juros no próximo ano.
 
Assessores presidenciais disseram à Folha, aliás, que, se não surgirem imprevistos pela frente, será possível "chegar próximo das previsões do mercado" para o final de 2017, que apontam uma taxa de juros em 10,5%.
 
Em relação às dúvidas sobre a votação do teto dos gastos públicos na próxima semana devido à decisão de ministro do STF de afastar Renan Calheiros do comando do Senado, a equipe de Temer considera que essa seria uma mensagem ruim e causaria turbulências no mercado.
 
Aliados do presidente ressaltam, no entanto, que um adiantamento não mudaria o "plano de voo" do BC desde que a aprovação seja garantida até no início de 2017.
 
 
Sensibilidade
 
A ata do Copom foi comemorada dentro do governo principalmente por que mostrou que o BC não está "insensível" à crise econômica.
 
Nos últimos dias, uma ala do governo estava dirigindo críticas ao Banco Central porque teria demorado a reduzir a taxa de juros, o que mostraria um BC sem preocupação com a piora da recessão.
 
Agora, com o banco sinalizando um corte mais forte em 2017, a equipe de Temer diz que o recado da instituição estava em linha com que o presidente trabalhava -de que o BC começaria a fazer cortes maiores nos juros.
 
O presidente tem mandado recado a aliados de que, mesmo não gostando da política do BC, confia na equipe e que é preciso deixá-la trabalhar com total autonomia.
 
A avaliação interna do governo é que críticas sobre o momento de redução de juros e até a intensidade são até pertinentes, mas acabam prejudicando a condução da política monetária e podem até reduzir o espaço criado pelo BC para cortar a taxa Selic.
 
Por outro lado, pressões para dar "um porrete" nos juros são vistas como indesejáveis, porque essa receita já deu errado no governo Dilma e fez a inflação ficar elevada, além de prejudicar o PIB.
 
 
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