O segmento cresceu 53,5% em valores e 64,6% em volumes exportados devido ao bom desempenho das vendas externas do açúcar
De janeiro a novembro de 2020, o agronegócio paulista teve um superávit de US$ 12,09 bilhões, 23,6% maior se comparado ao mesmo período de 2019. Isso ocorreu graças ao aumento de 2,5% nas exportações, que chegaram a US$ 15,82 bilhões, e redução nas importações, que foram da ordem de US$ 3,73 bilhões, 12,9% menor em relação ao ano anterior. O setor sucroalcooleiro foi dos setor mais importantes para o Estado.
Segundo os dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), um dos principais grupos nas exportações do agronegócio paulista foi o segmento sucroalcooleiro, que representou US$ 5,83 bilhões deste montante. O açúcar representou 84,1% e o álcool 15,9%.
”As exportações totais do Estado de São Paulo somaram US$ 38,09 bilhões e as importações, US$ 46,87 bilhões, registrando déficit comercial de US$ 8,78 bilhões. O agronegócio foi responsável por 41,5% das exportações, enquanto as importações do setor representaram apenas 8%”, destacam Carlos Nabil Ghobril, José Alberto Angelo e Marli Mascarenhas Oliveira, pesquisadores do IEA, enfatizando a importância do segmento para o equilíbrio das contas paulistas.
Outros segmentos que também impactaram nas exportações foram carnes (US$ 2,09 bilhões, dos quais a carne bovina respondeu por 87,3%), Complexo Soja (US$ 1,90 bilhão), Produtos Florestais (US$ 1,43 bilhão, com participações de 48,9% de papel e 38,6% de celulose) e Sucos (US$ 1,25 bilhão, dos quais 97% são referentes ao suco de laranja) que, representaram 78,9% das vendas externas setoriais paulistas, junto com o segmento sucroalcooleiro.

Setor sucroalcooleiro cresceu 53,5% nas exportações
Dos grupos relevantes dos segmentos do agronegócio, o sucroalcooleiro é o que apresenta a maior participação nas exportações paulistas, de 36,8%. No total, o segmento cresceu 53,5% em valores e 64,6% em volumes exportados, devido ao bom desempenho das vendas externas do açúcar (67,6% em valores e 69,8% em volume).
Para o etanol, de acordo com levantamento do IEA, os embarques apresentaram aumento de 25,1% em volume e de 6,2% em valores, quando comparados com o mesmo período de 2019.
Para o grupo sucroalcooleiro, os resultados foram positivos, com crescimento expressivo em valores e quantidades embarcadas (58,4% e 67,3%, respectivamente). O açúcar puxou o bom desempenho do grupo, apresentando aumentos para valores (66,5%) e volumes (70,1%) no período analisado.

“O destino das exportações do segmento sucroenergético é bem diversificado, apresentando como principais compradores China (12,5%), Estados Unidos (7,7%), Bangladesh (6,9%), Argélia (6,5%), Índia (5,4%), Indonésia (4,8%), Nigéria (4,4%), Marrocos (3,9%), Arábia Saudita e Coreia do Sul (3,8% para ambos); os demais países somam 40,3% de participação”, afirmam Carlos Nabil Ghobril, José Alberto Angelo e Marli Mascarenhas Oliveira, pesquisadores do IEA.
O grupo de carnes tem a segunda posição na pauta do estado, apresentando avanço (3,3%) em valores e volume (4,0%) em relação aos 11 primeiros meses de 2019. A carne bovina foi o produto de maior contribuição no grupo, com crescimentos de 6,4% em valores e de 7,6% em volume exportados. O desempenho da carne de frango foi de retração em valores (-14,4%) e em volumes (-1,6%). A carne suína apresentou aumentos expressivos de 87,4% em valores e de 84,1% na quantidade embarcada.
O grupo composto pelo complexo soja apresenta-se na terceira posição, com alta nos embarques (19,9%) e em valores (18,1%). A soja em grão apresentou as maiores variações de valores e volumes (27,4% e 31,7%, respectivamente).
Os produtos florestais apresentaram menor desempenho de janeiro a novembro de 2020, com queda de 9,2% em valores em relação ao ano anterior. O produto papel, principal item do grupo na pauta paulista, obteve variação negativa quanto aos valores (-23,0%) e ao volume (-11,7%). As exportações dos produtos de celulose apresentaram aumento nos valores (8,1%) e nos embarques (49,1%).
O suco de laranja (FCOJ concentrado) exibiu queda de 20,5% no valor e aumento de 2,0% em volume exportado. Já para o suco NFC (não congelado), as vendas externas recuaram em valores (-12,7%) e em volume (-6,7%). A variação total das exportações do grupo de sucos foi de -24,7% em valores na comparação com o acumulado dos 11 primeiros meses de 2019.
Balança comercial do Brasil
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 51,04 bilhões no período de janeiro a novembro de 2020, com exportações de US$191,56 bilhões e importações de US$ 140,52 bilhões.
Na análise setorial, as exportações do agronegócio apresentaram alta de 4,9%, alcançando US$ 93,62 bilhões. Já as importações recuaram 6,9% no período, registrando US$ 11,69 bilhões. O superávit do segmento foi de US$ 81,93 bilhões, sendo 6,8% superior na comparação entre janeiro e novembro de 2019.
Por Natália Cherubin, com dados da Secretaria do Estado de São Paulo