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Edição 201

Dropes

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PREÇO DO ETANOL DESPENCA NO PAÍS APÓS GREVE DOS CAMINHONEIROS

Opção preferida dos motoristas neste ano, o etanol hidratado despencou na porta das usinas desde o fim da greve dos caminhoneiros até meados de julho. O motivo foi a dificuldade das empresas para escoar o volume represado em maio, aliado à produção elevada. Analistas e usinas creem, porém, que os preços chegaram ao fundo do poço da safra 2018/19. Da primeira semana de junho até a segunda semana de julho, o valor que as usinas paulistas receberam por um litro de etanol hidratado, já descontados impostos, caiu 13,6%, conforme o indicador Cepea/Esalq. O indicador ficou em R$ 1,4652 por litro.

Até então, mesmo usinas mais capitalizadas preferiam vender etanol às distribuidoras a preços baixos, pois previam que não teriam espaço em seus tanques para armazenar todo o biocombustível que iriam produzir até o fim da temporada. Desde a última semana, porém, algumas começaram a ser mais seletivas, avaliando que poderiam se beneficiar de preços mais altos na entressafra. Uma reação dos preços, porém, não deve ser imediata. “Em setembro, pode ter recuperação na medida em que a oferta diminuir e o etanol mantiver a competitividade”, avaliou um trader.

CENTRO-SUL DEVE PROCESSAR MENOR VOLUME DE CANA DESDE 2014/15

O Centro-Sul brasileiro deve moer menos cana-de-açúcar do que o previsto inicialmente. De acordo com a revisão da INTL FCStone, a safra 2018/19 deve cair 3,8% em relação à temporada anterior, para 573,9 milhões de t, o menor volume desde a safra 2014/15. O principal fator influenciando no desenvolvimento da cana e, consequentemente, na produtividade agrícola foi o clima mais seco.

“Entre os meses de fevereiro e junho, a precipitação sobre o cinturão canavieiro registrou 378 mm, 31,4% abaixo do ano passado e 33,4% abaixo da média histórica. Com as chuvas escassas, o nível de umidade no primeiro 1,6 m de solo também caiu para 346,8 mm no mês de junho, 16,6% abaixo da média de 10 anos”, explica o analista de mercado do grupo, João Paulo Botelho.

O indicador de saúde da vegetação também mostra declínio significativo nas condições das principais áreas canavieiras do Centro-Sul. Na média dos principais estados produtores, este índice registra 44,8, queda de 25,1% ante ao ano passado e 19,9% a menos do que a média dos últimos 10 anos. A INTL FCStone espera que a produtividade agrícola média da região Centro-Sul caia para 72,8 t/ha, uma redução de 4,2% em relação ao ciclo anterior, mas pondera quanto ao impacto do clima sobre a totalidade das regiões produtoras. Isso porque, assim como ocorreu em 2014, o estresse hídrico não está espalhado de maneira uniforme por toda a região canavieira do Centro-Sul.

ÁSIA DEVE PROVOCAR NOVO SUPERÁVIT GLOBAL DE AÇÚCAR

Maior centro consumidor de açúcar do planeta, a Ásia vive um momento de expansão de produção da commodity e deve garantir que o mundo passe por mais uma safra com oferta de sobra e estoques elevados, desbancando a histórica hegemonia do Brasil. Esse é o cenário previsto por grandes consultorias, o que aumenta a pressão sobre o mercado de açúcar, em queda há quase dois anos. A consultoria INTL FCStone previu que o mundo terá excedente de 7 milhões de t na safra internacional 2018/19 (que começa em outubro), após superávit de 10,8 milhões na safra atual, a 2017/18.

A estimativa mais modesta de excedente para o ciclo 2018/19 é de 5 milhões de t, divulgada pelo Rabobank em junho. Esse número é metade do superávit que o banco estima na safra atual. Já a S&P Global Platts apresentou a projeção mais elevada, de superávit 11,9 milhões de t, acima do estimado para a temporada atual. Outras consultorias divulgaram projeções mais comedidas, como a Informa Economics e a Green Pool. Ainda que a maioria das consultorias estime que o superávit será menor na próxima safra, o excedente deve se acumular nos estoques, elevando o volume armazenado para o equivalente a mais de 45% da demanda global, conforme a maioria das projeções. Historicamente, as cotações sofrem pressão quando tal nível supera 40%.

SENADO APROVA TABELA DO FRETE E ANISTIA MULTAS NA GREVE DOS CAMINHONEIROS

O Senado aprovou um a medida provisória (MP) que estabelece preços mínimos para o frete. O texto agora segue para sanção presidencial. Na proposta, foi incluído artigo que anistia multas de trânsito e sanções judiciais aplicadas aos caminhoneiros entre os dias 21 de maio e 4 de junho, durante a paralisação da categoria. A anistia tinha sido retirada da proposta do marco regulatório dos caminhoneiros, aprovado na Câmara em junho. De acordo com o relator do projeto, Osmar Terra (MDB-RS), o artigo da anistia será vetado pelo presidente Michel Temer.

A promessa de veto foi feita para auxiliar a costurar um acordo entre os parlamentares de diversos partidos para que a votação fosse simbólica, sem registro nominal dos votos. Pela proposta, o transporte rodoviário de cargas deverá ter seu frete remunerado em patamar igual ou superior aos preços mínimos definidos pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Os valores, segundo o texto, deverão refletir os custos operacionais do transporte, prioritariamente com base nos preços do diesel e dos pedágios.

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