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Bioenergia

Empresa firma parceria com grupo italiano para licenciar tecnologia de etanol celulósico

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A GranBio deu hoje seu primeiro passo comercial para viabilizar o licenciamento de sua tecnologia de produção de etanol a partir de resíduos de biomassa, o etanol celulósico.

A companhia firmou uma parceria com a NextChem, subsidiária do conglomerado italiano Maire Tecnimont, para licenciar o pacote tecnológico, desenvolvido a partir de sua usina em Alagoas, para qualquer indústria que queria investir em etanol de segunda geração no mundo.

Leia também: A importância do posto para comunicar a sustentabilidade do etanol

A NextChem fornece serviços de engenharia e tecnologia de transição energética e, com o acordo, torna-se a sublicenciadora exclusiva da tecnologia da GranBio de biorrefinarias de etanol celulósico. O acordo envolveu um pagamento de US$ 15 milhões à companhia brasileira pelo sublicenciamento.

O pagamento dos royalties pelos clientes industriais será proporcional aos ganhos de produtividade que excederem metas de produção estabelecidas, como taxa de conversão de biomassa, e será compartilhado entre as duas empresas de tecnologia.

“É uma forma de incentivarmos todos, seja nós mesmos, o nosso parceiro e o cliente para buscar performance superior acima das especificações”, afirmou Paulo Nigro, CEO da GranBio, ao Valor.

Segundo o executivo, já há memorandos de entendimento assinados com várias empresas, muitas inclusive do setor de óleo e gás, que demonstraram interesse em investir em etanol de segunda geração como forma de iniciar aportes em energias renováveis e que estavam apenas esperando uma solução “chave na mão”. Entre os potenciais clientes há grupos da Escandinávia, Rússia e Estados Unidos.

“A expectativa, disse, é acertar ao menos dois licenciamentos nos próximos 12 meses.”

A expectativa, disse, é acertar ao menos dois licenciamentos nos próximos 12 meses. Cada biorrefinaria deve demandar um investimento de US$ 15 milhões a US$ 25 milhões, dependendo da matéria-prima e da complexidade da cadeia, e ter uma capacidade produtiva de 50 milhões de litros por ano.

Trata-se de um investimento bem menor do que os realizados até agora para a construção de usinas de etanol celulósico.

A própria planta da GranBio, em São Miguel dos Campos (AL), tem capacidade para produzir 40 milhões de litros ao ano e demandou investimentos US$ 220 milhões, dispendidos para erguer a planta e resolver os entraves tecnológicos.

O fato da tecnologia da GranBio – que abrange 250 patentes registradas e pendentes no Brasil, Estados Unidos e Europa — admitir qualquer tipo de biomassa para a conversão em biocombustível viabiliza a internacionalização da companhia brasileira.

Mas o principal passaporte para a conquista de clientes deve ser a própria parceria com a Maire Tecnimont, que tem 50 empresas presente em 45 países, incluindo nações que incluíram expressamente o uso do etanol celulósico em seus compromissos no Acordo de Paris.

Entre os mercados mais promissores estão União Europeia, China, Índia e Brasil. Com a capilaridade do grupo italiano e estes mercados em vista, a GranBio espera alcançar um terço do mercado potencial de etanol de segunda geração, estimado em 30 bilhões de litros até 2035, diz Nigro.

A parceria com uma gigante como a Maire Tecnimont, que tem capital aberto na Bolsa de Milão, torna-se também o primeiro passo concreto que a GranBio dá para atrair novos investidores. A companhia planeja realizar um IPO na B3 até o fim do ano e pretende fazer a oferta toda primária para captar cerca de R$ 1,5 bilhão.

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