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Irregularidade de chuvas causa perdas de até 10% na safra de cana-de-açúcar em SP, diz USP

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Regiões de Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Araraquara foram as mais afetadas; envelhecimento das plantações também tem trazido prejuízos

 
O Sistema Tempocampo da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que monitora o tempo na região, prevê uma perda de até 10% no final da safra de cana-de-açúcar por causa da instabilidade de chuvas na região. A previsão atinge principalmente as cidades de Piracicaba (SP), Ribeirão Preto (SP), São José do Rio Preto (SP) e Araraquara (SP).

A safra da cana começa em abril e segue até o final de novembro, quando está previsto o pior período da safra. Segundo o professor Fabio Marin, coordenador do sistema, a irregularidade das chuvas no ano passado interferiu na produção da cultura.

“Nós tivemos um atraso das chuvas na primavera do ano passado, as médias ficaram um pouco abaixo do volume histórico do período e as chuvas finalizaram abruptamente no final de março em praticamente todo o Estado. Isso influenciou nessas três regiões, que são muito importantes [na produção] porque há muitas usinas”, explica.

Segundo a projeção do sistema, para a região de Piracicaba, os valores de Coeficiente de Produtividade Climática (CPC) ficaram em torno de 0,95, o que representa queda de 5% em relação às produtividades observadas em 2017 da cana-de-açúcar.

Em São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Araraquara os cenários apontados pelo Sistema mostram uma queda de até 10%. “Ribeirão se perdeu mais pelo clima. A situação é mais grave que aqui [em Piracicaba]. As chuvas lá foram mais escassas.”

Segundo Marin, atualmente, a safra da cana está boa, considerada até acima da produtividade, mas as perdas devem ser sentidas a partir de julho. “As canas que vão chegar a partir de julho, principalmente, vão chegar piores e conforme vai avançando a safra, vai piorar muito.”

Os reflexos dessa perda podem ser sentidos nos três setores que as usinas trabalham na região, que é o açúcar, álcool e eletricidade, mas segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq), ainda não é possível prever se essa queda pode ser repassada no custo dos produtos para o consumidor final.

Marin afirma ainda que, além do clima, a dificuldade financeira de algumas usinas também influenciou na perda da produção, causando um envelhecimento da cana-de-açúcar.

“Nos últimos anos, desde 2011, foi um processo de dificuldade financeira para as usinas que elas não conseguiram dar o tratamento para a cana que ela gostaria. E a cana responde, produzindo menos.”

A cana rende cerca de cinco a seis ciclos antes de precisar ser replantada nos canaviais, como explica o professor, mas com dificuldades financeiras, algumas usinas não conseguiram fazer esse replantio, o que causa a perda de produção, já que as plantas novas produzem mais.

“Tem gente que não conseguiu fazer a reforma do canavial. Como é caro, o pessoal espera uma época melhor pra fazer o replantio”, finaliza.

Fonte: G1

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